Por Antenor Barros Leal
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É
impressionante o apoio dedicado por parte da intelectualidade brasileira
(inclusive cantores e compositores da mais alta estima popular), aos ditadores
que assumiram o poder em Cuba e que, para manter o domínio, impõem um dos mais
bárbaros sistemas políticos atuais.
Comparável à Coreia do Norte,
onde parentes se revezam no comando de um povo assustado e controlado nos
mínimos detalhes, Cuba exerce, entretanto, um fascínio desonesto e inaceitável,
embora dominada por uma “família” como outra qualquer.
Os
nossos cubanistas odeiam o controle da imprensa. Desprezam a falta de
liberdades. Detestam o exercício do poder por parentes dos políticos, suplentes
e outros bichos. Não imaginam viver num país onde sejam proibidos a organização
social ou o simples protesto. Não aceitariam, ainda que de forma coloquial,
conversar sobre a retirada de direitos dos trabalhadores. Se alguém por aqui
tentasse proibir o livre exercício do direito de greve, com certeza,
correriam para as ruas em solenes
protestos.
Se
apenas alguns escolhidos pudessem compor o Congresso Nacional, que gritaria
ouviríamos? E se houvesse uma imensa quantidade de presos
políticos?
Mas, quando se trata de Cuba
não tem problema! Aceitam e elogiam. Como podem apoiar um governo que proíbe a
leitura de livros não aprovados por sua “stasi” particular? Como ajudam a um
pais que faz eleição no modelo iraquiano do “Hussein” que ganhava todas com 100%
dos votos?
Há
pouco tempo, dois atletas cubanos pediram asilo político no Brasil. Não aceitos,
foram enviados presos para o “paraíso” donde tentavam escapar. Ninguém
reclamou.
O
que tem os dirigentes antidemocráticos cubanos de encantador? O que pode agradar
a brasileiros livres um pais dominado por um grupelho? Será que foi a simpatia
do nosso heroi “fidel” da montanha, cantando
liberdade contra um bandido chamado Batista? Ou o Fidel posterior? Fiel
cumpridor das ordens da falida União Soviética e destruidor das liberdades e do
livre pensamento do povo?
Precisamos iniciar um
movimento anticastrista, da mesma forma que somos contra os sadans, assads e kim
jongs. Como ficamos felizes com a queda dos "donos" do Egito, da Tunísia e do
Iraque e nada fazemos contra os que dizimam o futuro dos cubanos?
Está na hora da inteligência
da América Latina se juntar para acabar com este regime cruel que se eterniza à
sombra da tortura, que se alimenta do silêncio das prisões e do sofrimento das
famílias daqueles que ousam ser contra.
Ou
bem fazemos isto ou seremos cúmplices históricos de um crime bárbaro contra um
povo que se parece conosco, que canta como nós cantamos, que veio de onde viemos
e que, se não o ajudarmos, ficará na rabeira do mundo.
Onde, aliás, seus títeres
gostam de viver.
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Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro