quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Prefeito Bruno Siqueira regulamenta lei que concede incentivos a empresas de tecnologia da informação nesta sexta-feira




O prefeito Bruno Siqueira assina nesta sexta-feira, 1º de novembro, o decreto que regulamentará a Lei 12.838, que concede incentivos fiscais a empresas do setor de tecnologia da informação (TI). O ato de regulamentação acontecerá às 14h30, na sala de reuniões do gabinete do prefeito, no prédio-sede da Prefeitura de Juiz de Fora (Av. Brasil, 2001, Centro).


A lei foi publicada em 4 de setembro de 2013 e concede a redução da alíquota do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) de 5% para 2%, durante dez anos, para empresas instaladas ou que venham a se instalar na cidade até 31 de dezembro de 2016. O benefício será concedido sobre os serviços de análise e desenvolvimento de sistemas e programação; processamento de dados; elaboração de programas de computadores; licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; suporte técnico em informática; e planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas.

Com o incentivo, a Prefeitura busca investimentos intensivos em capital e tecnologia para fortalecer o setor de TI no município, além de ganhar competitividade, igualando a cobrança de ISSQN à de grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Florianópolis, Barueri e Jundiaí.
 

Holandeses garimpam oportunidades

Uma comitiva do governo da Holanda está no Brasil desde o início da semana passada, em busca de novas oportunidades de investimento e parcerias. Foram escolhidos dez Estados, entre eles Bahia, Ceará, Pará e Rio Grande do Sul. No caso do Ceará, visitou a região do Porto do Pecém. Os holandeses querem ver de perto onde compensa colocar dinheiro e fazer acordos. Energias renováveis e tecnologia estão entre as principais áreas de interesse, mas o grupo também está de olho em projetos nas áreas de logística, economia criativa e agricultura.

Agente fiscal integrante de esquema de corrupção em SP tem apartamento duplex em Juiz de Fora

Prédio em Juiz de Fora, onde um dos agentes fiscais tem um apartamento duplex Foto: Ministério Público de São Paulo / Divulgação
 
Quatro funcionários da prefeitura de São Paulo foram presos ontem (quarta-feira) após ação conjunta do Ministério Público paulista (MP-SP) com a Controladoria Geral do Município (CGM). Entre os detidos, ligados à Subsecretaria da Receita da prefeitura durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab estão um ex-subscretário e dois ex-diretores, além de um agente de fiscalização.
Segundo o MP paulista, os quatro são apontados como integrantes de um grande esquema de corrupção que causou prejuízos calculados em pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos, somente nos últimos três anos. Segundo a prefeitura de São Paulo, o valor pode chegar a R$ 500 milhões, se considerado todo o tempo em que o grupo atuou.
Todos são investigados pelos crimes de corrupção, concussão (exigir vantagem ou dinheiro em razão da função), lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e formação de quadrilha. A operação ocorreu em São Paulo e também em Santos e Cataguases (MG). Cerca de 40 pessoas participaram da ação, entre promotores de Justiça, agentes da Controladoria Geral do Município, e das polícias civis de São Paulo e de Minas Gerais. Também foi determinado pela Justiça o sequestro dos bens dos envolvidos e das empresas operadas por eles. Dentre os bens adquiridos criminosamente e sequestrados estão apartamentos de luxo, flats, prédios e lajes comerciais, em São Paulo e Santos, barcos e automóveis de luxo, uma pousada em Visconde de Mauá (RJ) e um apartamento duplex em Juiz de Fora. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Investimento de 170 milhões e mil novos empregos

Desde 2010, Pouso Alegre, no Sul de Minas, já atraiu 21 empresas num investimento de R$ 1,8 bilhão até 2015. No dia 1º de novembro, a Unilever inaugura o novo Centro de Distribuição na cidade. O investimento foi de R$ 170 milhões e a previsão de faturamento é de R$ 3 bilhões no primeiro ano. O centro está funcionando com 500 funcionários. Mais mil serão contratados nos próximos meses.

Candidato a deputado federal



O empresário Alvaro Garnero, herdeiro de duas das maiores fortunas do país  bateu o martelo: vai sair como candidato a deputado federal pelo PRB. Alvaro é filho do empresário Mario Garnero dono do grupo Brasilinvest, e o seu avô materno, Joaquim Monteiro de Carvalho, do grupo Monteiro Aranha, foi o responsável por trazer ao país empresas como a Volkswagen,  Peugeot, e Moët & Chandon.

Cerco às construtoras

 
 
O presidente da Caixa Econômica, Jorge Hereda, recebeu do Planalto a missão de apertar o cerco às construtoras e cobrar a redução dos atrasos na entrega de imóveis do "Minha Casa, Minha Vida". Não são os poucos os projetos tocados por grandes empresas que já estouraram o cronograma em mais de um ano. O problema é que boa parte dos atrasos provém da burocracia do governo.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A nova investida de Omar Peres, agora na Itália

 
O empresário Omar Peres, antigo dono da TV Panorama, (hoje TV Integração),  comemora a estreia de outro investimento ambicioso, que tomou 1 ano de dedicação e muitas viagens à Itália.  Lançou, semana passada em Roma, a IPS-TV, da qual é presidente do Conselho de Administração. “Estreamos o primeiro programa, ainda em caráter experimental, utilizando a nossa estrutura composta por mais de 100 jornalistas do redor do planeta”, conta. É a versão de TV a cabo da bem-sucedida agência de notícias IPS (Inter Press Service), com estúdio e estrutura tecnológica próprios. Por causa do projeto, a mulher de Omar, a jornalista Lenise Figueiredo, passou a maior parte dos últimos meses na capital italiana; ela é apresentadora do novo canal.

Josué Gomes da Silva já está fardado para 2014

A que vem Josué? A pergunta, em tom quase bíblico, começará a ser respondida no início de 2014, quando Josué Gomes da Silva deverá deixar o comando da Coteminas para se dedicar ao que se anuncia como o grande projeto da sua vida. Recém-filiado ao PMDB, prepara-se para zarpar de vez em direção à política. Josué não é exatamente um vestibulando na matéria. Afinidade com o poder não lhe falta. Ele talvez seja hoje o empresário mais próximo de Lula, notadamente no que diz respeito à discussão da economia nacional. O herdeiro de José Alencar tem participado do grupo de avaliação de conjuntura que se reúne regularmente com o expresidente, no qual se notabilizam Antonio Palocci, Paulo Okamoto, Aloizio Mercadante - Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo costumam aparecer, embora com menos assiduidade. O passe político de Josué, ressalte-se, foi disputado a peso de ouro. Todos os partidos de maior expressão conversaram com ele. O empresário foi para onde Lula o aconselhou a ir. O próprio ex-presidente esteve presente ao seu ato de filiação ao PMDB, uma efeméride, aliás, repleta de simbolismos. A cerimônia foi conduzida por Michel Temer, sucessor de seu pai na vice-presidência da República.

E por onde Josué Gomes da Silva caminhará na política? Uma das possibilidades aventadas não lhe apetece muito. À boca pequena, ele tem dito que não se vê como o vice do PMDB na chapa de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais. A candidatura ao Senado seria o caminho natural e, a priori, com grandes chances de vitória. No entanto, a hipótese do coração de Josué e do cérebro de Lula seria o seu début no governo em 2014. Neste caso, ele assumiria a vaga deixada pelo próprio Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, herdando uma Pasta ainda mais forte, com poderes sobre o BNDES e autoridade sobre o BB e a CEF. Josué, então, ganharia musculatura para assumir a Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff, com a missão de galvanizar o apoio empresarial com vistas ao crescimento médio do PIB da ordem de 3,5% no próximo governo. A partir daí, o céu seria o limite. No seu firmamento político, Josué poderia ser o candidato da situação - não pelo PT, mas pelo PMDB - à sucessão de Dilma. Mas cada coisa a seu tempo. Neste momento, Josué deve ser visto como é: um soldado à disposição para 2014.

Josué Gomes da Silva já teria um nome no bolso do colete para assumir a presidência da Coteminas. No entanto, essa talvez seja a parte menos complexa da operação. Ele próprio tem feito questão de dizer a alguns empresários que hoje, após a reestruturação deflagrada com a compra da Springs, a Coteminas anda sozinha. Josué foi um dos primeiros do setor a não apenas assimilar como colocar em prática a tese de que a indústria precisa de um canal de serviço. Saiu comprando redes varejistas para verticalizar a operação, isso antes do célebre estudo da McKinsey, segundo o qual os serviços representam 23% do valor adicionado da indústria. Cabe ressaltar também que o empresário Josué Gomes da Silva sempre procurou deixar o caminho pavimentado para o político Josué Gomes da Silva, a começar pelo grau de independência em relação ao governo. Hoje, a Coteminas praticamente não tem dívida com o BNDES, um conselho de José Alencar que o rebento seguiu à risca.

Os 120 anos de atualidade do Monarquist​a Eduardo Prado

 
Eduardo Prado
 
"Sejamos nós mesmos, sejamos o que somos, e só assim seremos alguma coisa."
 
Em 5 de dezembro de 1893, portanto há 120 anos a polícia de São Paulo fez a primeira apreensão de um livro censurado desde a proclamação da República, quatro anos antes. A obra se chamava A Ilusão Americana. Seu autor, Eduardo Prado, relataria depois: “O delegado entrou pela oficina e mandou ajuntar todos os exemplares do livro, mandando-os amontoar na carroça. O burro e o delegado levaram o livro para a repartição da polícia”. Ameaçado de prisão, Prado fugiu para Paris. Seu texto era considerado subversivo porque criticava o sistema republicano. “As monarquias têm todo o interesse em adiar e evitar a grande crise do proletariado. (...) Na república (...) os homens sabem que, quer encham o seu país de benefícios, quer acumulem erros sobre erros, terão (...) de deixar o poder”.
A defesa da monarquia era coerente com a história de Prado. Filho de uma tradicional família de cafeicultores paulistas, ele era um dos maiores representantes da elite monárquica brasileira. Culto, requintado, foi amigo do escritor português Eça de Queiroz (1845-1900). Em sua última visita a São Paulo, em 1887, dom Pedro II fez questão de visitar a mãe de Eduardo, Veridiana Prado, em seu palacete, que depois seria ocupado pelo São Paulo Clube, no bairro nobre de Higienópolis. Mas, para além das críticas que irritaram a polícia do marechal Floriano, A Ilusão Americana tinha outro mérito, que só ficou claro com o passar do tempo: o livro de Prado era um dos primeiros panfletos a criticar a política externa americana. “[Em alguns] países sul-americanos, (...) há uma grande prevenção contra a política absorvente, invasora e tirânica da diplomacia norte-americana.” E nisso ele se revelaria profético.
Cinco anos depois da publicação de seu livro, os Estados Unidos venceriam a guerra contra a Espanha na região do Caribe e estenderiam seu controle sobre a América Central. Mas Eduardo não viveu para ver os americanos assumirem o papel de líderes mundiais. Ele conseguiu voltar a morar em São Paulo em 1900, apenas para morrer de febre amarela, no ano seguinte. Mas seu livro se mantém precursor da linha de pensamento que considera os americanos excessivamente intervencionistas.

 As palavras abaixo foram escritas em 1893, muito antes das ongs financiadas pelas fundações americanas (e também europeias) ditarem as normas para o comportamento social e moral dos brasileiros. Não existe um único aspecto nas relações humanas que não seja objeto da transformação do jeito brasileiro no modo de ser dos liberais americanos e seus homólogos do decadente continente. Se naquela época já eram uma influência negativa, hoje basta olhar ao redor para ver quanto avançou a obra.

"Que não há razão para querer o Brasil imitar os Estados Unidos, porque sairíamos da nossa índole, e, principalmente, por que já estão patentes e lamentáveis, sob nossos olhos, os tristes resultados da nossa imitação;
Que os pretendidos laços que se diz existirem entre o Brasil e a república americana são fictícios, pois não temos com aquele país afinidades de natureza alguma real e duradoura;
Que a história da política internacional dos Estados Unidos não demonstra, por parte daquele país, benevolência alguma para conosco ou para com qualquer república latino-americana;
Que todas as vezes que tem o Brasil estado em contato com os Estados Unidos tem tido outras tantas ocasiões para se convencer de que a amizade americana (amizade unilateral e que, aliás, só nós apregoamos) é nula quando não é interesseira;
Que a influência moral daquele país, sobre o nosso, tem sido perniciosa
."


Segue uma "pérola" do mesmo livro, que pode ser aplicada ao Brasil atual:
 
"Ora,os países,vitimados pela superabundância de dinheiro,só tem um meio de escapar a esse mal,aliás singularíssimo.É fazer o bem. E há tantos modos de um governo ser benfazejo! NÃO FALAMOS DE SOCORROS PÚBLICOS,DE GRANDES ESMOLAS COLETIVAS,DE DINHEIRO DISTRIBUÍDOS PELOS POBRES OU PELOS SOLDADOS,SINAIS CERTOS ESTES DO ESFACELAMENTO DO CARÁTER NACIONAL,FATOS PRÓPRIOS DAS TIRANIAS EXPIANTES E DOS PRETORIANOS INSACIÁVEIS.(grifo nosso) A ciência ´política caminhou desde a antiguidade.Hoje,o dinheiro público,que vem do imposto,sendo mais do que é necessário para os serviços públicos,o que há a fazer é pagar as dívidas do estado,se o estado tem dívidas.Se as não tem ou se não convém liquidá - las por qualquer razão,não há outro ALVITRE HONESTO SENÃO A DIMINUIÇÃO DOS IMPOSTOS." 
 

A Ilusão Americana, escrito por Eduardo Prado, é uma excelente leitura. Principalmente para entender a amizade e a fraternidade entre os países. O livro foi censurado e recolhido durante a ditadura de Floriano Peixoto devido às críticas ao governo republicano. Obrigando o autor a se exilar na Europa para não ser preso.

Nascido em 27 de fevereiro de 1860, faleceu aos 41 anos. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e também membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
 
 
 





 
 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Icahn quer que Apple recompre US$ 150 bilhões em ações

O investidor ativista americano Carl Icahn aumentou seu investimento na Apple Inc. em 22%, para 4,73 milhões de ações, e está intensificando sua campanha para pressionar a empresa a promover uma recompra maciça de ações no valor de US$ 150 bilhões, de acordo com uma carta que ele enviou ao diretor presidente da Apple, Tim Cook.
O investidor bilionário sugeriu que a empresa faça uma oferta de recompra de forma independente e disse que ele próprio não venderia suas ações para tirar proveito da operação. "Nas minhas intenções aqui não há nada no curto prazo", disse.
Icahn possui agora aproximadamente 0,5% da Apple, uma participação avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões com base no preço aproximado de US$ 525, que é o valor que o investidor sugeriu para a oferta de recompra de ações.
Como parte de sua tese, Icahn afirma que três anos depois da recompra, com o benefício do crescimento dos lucros, a ação da Apple poderia atingir US$ 1.250.
Uma pessoa próxima à Apple disse que não havia nenhuma razão óbvia para qualquer acionista vender ações em uma oferta de recompra a US$ 525 cada.

Por David Benoit | The Wall Street Journal

Pelé ou Maradona?

Pelé ou Maradona? A chinesa Huawei não tem a menor dúvida. Após transferir sua sede na América do Sul de São Paulo para Buenos Aires, a companhia chinesa deverá construir na Argentina sua primeira fábrica de celulares na região, projeto que estava prometido para o Brasil há tempos. Nos cálculos dos asiáticos, é mais vantajoso terceirizar a produção de smartphones do lado de cá da fronteira. Procurada, a Huawei informou que tem investido "fortemente" no Brasil, mas não se pronunciou especificamente sobre a fábrica.

Cura holandesa

O fundo soberano da Holanda está prospectando possibilidades de investimento em petróleo e gás no Brasil. Já houve contatos com a Repsol, que puxou a fila do forfait no leilão do Campo de Libra.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Riscos do pré-sal

Passada a tensão do governo com o leilão do megacampo de Libra, um evento que reuniu um único consórcio de quatro petroleiras, afora a Petrobras, mas melhor que o receio de que não comparecesse ninguém, as atenções retornam para a realidade da economia, mais salgada que a expectativa de lucros bilionários do pré-sal daqui a uma década.
Até 2027, quando Libra poderá produzir 1,4 milhão de barris/dia, segundo projeção da Agência Nacional do Petróleo, com a produção total do país em torno de 4,4 milhões/dia, acima do dobro da atual contagem, o pré-sal vai impressionar mais pelo desembolso que pela receita e pela distribuição de 15% de royalties à educação (75% do bolo) e à saúde (25%). O início comercial da exploração de Libra será gradativo, por volta de 2017, se não surgir nenhum imprevisto.
Até lá, o pré-sal explorado sob o regime de partilha (que garante à União um naco da produção de petróleo, 41,65% no caso de Libra, em vez das taxas cobradas no modelo de concessão) não será a riqueza sonhada pelos governadores e prefeitos que exigiram do Congresso os royalties repassados nacionalmente. Como em qualquer projeto novo, há o tempo de plantar, que demanda dinheiro, e o de colher, quando se recupera com lucro, tudo correndo bem, o que foi plantado.
Entre um e outro momento, planejam-se os próximos passos, o que já não se fez, na medida em que os políticos se posicionam para gastar por conta do resultado futuro. Eles falaram em educação de primeiro mundo, associando gasto a qualidade, conceitos sem relação de causa e efeito, em geral. Meses atrás, o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, cogitou o ingresso do Brasil no cartel da Opep. Do sal que se tem de comer antes do mel projetado pelo pré-sal, ninguém disse.
O que a operação reserva à Petrobras, mesmo auxiliada pelos sócios do consórcio (as petroleiras Shell e Total, que também vão aportar experiência, e as chinesas CNPC e CNOOC, apenas dinheiro), é uma pancada. Parte está contemplada em seu plano de negócios até 2017, orçado em US$ 237 bilhões, 62% em exploração e produção, sobretudo para desenvolver o pré-sal e os campos da "cessão onerosa" — forma "criativa" de a União integralizar em 2010 um aumento de capital em valor equivalente a 5 bilhões de barris de óleo. Potencialmente, a Petrobras é uma joia. Mas precisa ser lapidada para vir a brilhar.

O molho do Big Mac desandou

O molho do Big Mac desandou. O McDonald`s caminha para fechar o ano, no Brasil, com uma queda do lucro da ordem de 10% na comparação com 2012. O aumento da receita, por sua vez, deverá ficar em torno dos 5%, metade do resultado geral da Arcos Dorados, que controla a rede de fast food na América Latina.

Desmobilização de ativos da Votorantim Metais

O grupo Votorantim não está conseguindo cumprir o plano de desmobilização de ativos da Votorantim Metais, fundamental para a quitação das dívidas e a estruturação financeira da casa. O motivo não é a falta de pretendentes, mas os preços apresentados.

Derrama na Bunge

A Bunge Brasil vai levar uma enxadada da matriz. De acordo com uma fonte da empresa, a remessa de lucros neste ano será até 30% superior à de 2012. É a cota de sacrifício da subsidiária para compensar a queda dos resultados globais do grupo, que recuaram 50% no primeiro semestre.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Barão da família Rothschild, morador do Morumbi, importa vinhos de seu clã


Rothschild: importação de vinhos do clã tradicional (foto: Luciana Prezia)

Desde que se mudou para São Paulo, em 2010, o barão francês Philippe de Nicolay Rothschild, de 57 anos, desperta curiosidade por uma série de fatores: faz parte de um tradicional clã dono de bancos e vinhedos, sua mãe foi a locomotiva social Marie-Hélène de Rothschild (amiga de Maria Callas e Salvador Dalí), conquistou o coração da socialite Cris Lotaif (ex-Saddi) e construiu uma das casas mais lindas de Trancoso, na Bahia. Aos poucos, instalado no Morumbi, torna-se cada vez mais integrado à metrópole. Nas próximas semanas, começará a importar vinhos produzidos por sua família, como o Château Lafite Rothschild. “Hoje uma garrafa por aqui pode custar 9 000 reais. Quero tornar o produto mais acessível.” A quem lhe for apresentado, uma dica: detesta ser chamado de barão. “Estou em um país presidencialista, onde não faz sentido o título de nobreza.”

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Por que inovamos tão pouco?

Produção científica brasileira gera cada vez mais artigos, mas poucos produtos inovadores

Por Marcos Troyjo*



O número de patentes geradas a cada ano não é a única forma de medir o que um país produz em termos de inovação. Quando, no entanto, se trata de pedir registro de novas patentes à OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), os números são embaraçosos.
Em 2012, os EUA entraram com 50 mil novos pedidos; China, 17 mil; Coreia do Sul, 11.000. Brasil? Pouco mais de 600.
Por que o Brasil vai mal em inovação intensiva em tecnologia quando o mundo nos vê criativos e empreendedores?
Nossa criatividade voltada ao mercado é bem-sucedida: o aclamado design das Havaianas e os cosméticos ecologicamente corretos da Natura são bons exemplos.
Ademais, o Relatório de 2010 do Global Entrepreneurship Monitor aponta o Brasil como o mais empreendedor dos países do G20.
Por que então não surgem mais start-ups brasileiras com potencial para virarem novos Googles ou Teslas? Bem, "criatividade não é suficiente", estipulava Theodore Levitt. Para esse lendário guru de Harvard, "criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas".
A inovação brasileira é do tipo "adaptação criativa", não a schumpeteriana "destruição criativa", que reinventa setores e inaugura ciclos econômicos. É a isso que convida a política industrial de substituição de importações dos últimos dez anos.
Inovar vem da interação entre capital, conhecimento, empreendedorismo e um ecossistema que catalise tudo isso. Seria possível esperar do Brasil grandes inovações quando investimos apenas 1% de nosso PIB em pesquisa & desenvolvimento (P&D)? A média nos 20 países mais inovadores é de 2,3%.
O Brasil concentra 80% dos gastos com inovação em instituições governamentais. A maioria dedica-se à ciência pura. Interação com empresas não faz parte de seu ethos.
E nas universidades públicas muitos professores e alunos demonstram feroz resistência ideológica a laços estreitos com empresas.
A presidente Dilma Rousseff busca estimular a inovação por meio do "Ciência sem Fronteiras". Ainda que louvável, o programa apenas tangencia a P&D orientada a mercado, o que requer do Brasil ambiente de negócios conducente à inovação.
Resultado: a "produção científica" brasileira expande-se com mais e mais artigos publicados em revistas indexadas, mas poucos produtos inovadores.
Mas se seu papel é chave, por que o setor privado investe tão pouco em inovação?
Abismo entre universidades e empresas. Políticas que sufocam a concorrência. Complexidades burocráticas, trabalhistas e fiscais a exaurir recursos que poderiam ser destinados a laboratórios e cientistas.
Eis os fatores que arrastam o Brasil à 56 ª posição no mais recente Relatório de Competitividade Global.
Nosso subdesempenho inovador tem menos que ver com deficiências na ciência, criatividade ou capacidade empreendedora e mais com camisas de força microeconômicas e institucionais. Os obstáculos que coíbem a inovação empresarial são os mesmos que bloqueiam nosso caminho à prosperidade. 

* Marcos Troyjo é graduado em ciência política e economia pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em sociologia das relações internacionais pela USP e diplomata. É integrante do Conselho Consultivo do Fórum Econômico Mundial, diretor do BRICLab da Universidade Columbia, pesquisador do Centre d´Études sur l´Actuel et le Quotidien (CEAQ) da Universidade Paris-Descartes (Sorbonne), fundador do Centro de Diplomacia Empresarial e conselheiro do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Pimenta nos olhos dos outros…

O PSOL é o maior crítico do tal Plano de Cargos e Salários de Eduardo Paes para os professores cariocas, que tornou um caos o centro do Rio de Janeiro esta semana.
Beleza. Mas em Macapá, a primeira capital que o partido governa e tem a chance de mostrar que pode fazer diferente, o salário do professor é um dos piores do Brasil. Aos números:
Enquanto Paes propõe um vencimento mínimo inicial de 4 147,37 reais para um professor com jornada de 40 horas – o que ainda é pouco, ressalte-se -, Clécio Luis do PSOL está pagando 1 347 reais por um profissional nas mesmas condições. Trata-se da única capital que tem salário abaixo do piso nacional de 1 567 reais.
 
Por Lauro Jardim -  Coluna RADAR - www.veja.com.br

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

‘O voo da galinha’

Publicado no Globo na última terça-feira - 01/10/2013
 
Por ARNALDO JABOR
 
A extensa reportagem da revista inglesa The Economist sobre o Brasil devia servir como um programa de governo para a presidenta Dilma. A revista é reconhecidamente a melhor do mundo em seriedade e profundidade de informação. No entanto, nossa raivosa e arrogante Chefa considerou a matéria uma espécie de “oposição” à sua administração cada vez mais “bolivariana”: “A revista está mal informada etc.” e repetiu os slogans que seus assessores petistas lhe sopram. É tão impressionante isso tudo. O tom geral da matéria deplora, lamenta que o Brasil, com todas as condições para uma decolagem, um “take off”, esteja jogando tudo para o alto, tanto pelo olho nas eleições quanto pela teimosia ideológica de enfiar o país dentro de um programa arcaico e inútil. Claro que os governistas acusarão a revista de “imperialista”, de “neoliberal”, de estar do lado das “grandes corporações” ─ o mesmo uso que fizeram sobre a espionagem americana na Petrobras (será que descobriram por que a Petrobras comprou uma refinaria no Texas por 1 bilhão e duzentos milhões de dólares que não consegue vender nem por 100 milhões?).

Essa gente que está no poder bota sempre a culpa de nossa indigência em alguém de fora. Nosso amigo e líder Nicolas Maduro, da Venezuela, disse que a falta de papel higiênico, de comida e de energia é tudo culpa do Estados Unidos. Seguimos sua linha.
Aliás, preparem-se para uma eventual reeleição da Dilma que, ao que tudo indica, vai partir para o “bolivarianismo” explícito, como já declara o site do PT. Será que a nova Dilma vai se “cristinizar” para a construção do “socialismo imaginário” que justificou o “mensalão”?
Na realidade, a revista, em seu artigo chamado “Será que o Brasil se detonou?”, praticamente só faz perguntas. “Por quê?” ─ pergunta a revista o tempo todo.
Por que, entre os países emergentes, nós temos o pior desempenho? Terá sido apenas um voo de galinha (chicken flight?), pois aproveitamos muito mal a enxurrada de dinheiro que entrou aqui nos últimos anos? Por quê? Por que o governo não ataca os problemas principais, enunciados por qualquer economista sério do mundo, e se detém em remédios demagógicos, como buscar médicos medíocres em Cuba para fazer propaganda socialista nas cidades pobres, como o ridículo trem-bala, como os estádios bilionários para a Copa, que até nosso povo “futeboleiro” condenou nas manifestações? Por que o famoso PAC, com seu “desenvolvimentismo tardio”, não consegue terminar nem 20% das obras propostas? Por que o governo não consegue privatizar (opa: “fazer concessões”) nem rodovias, nem ferrovias, nem aeroportos, sem errar várias vezes, sem conseguir redigir contratos decentes, atraentes? Por que o Rio São Francisco continua parado, com grandes regos secos que o Exército fez? Por que não explicam à população as causas dos atrasos, em vez de gastarem bilhões em propaganda enganosa? Por que o número de carros dobrou em dez anos e as estradas continuam podres e paralisadas? Por que a China acaba de cancelar a compra de 2 milhões de toneladas de soja por causa da dificuldade do “gargalo Brasil”? Por que a maior produção de soja no mundo fica na fila infinita de caminhões porque não há silos, detidos pela burocracia mais atrasada do planeta? Por que a inflação pode se descontrolar de novo? Por que contrataram mais de 100 mil pelegos para boquinhas no governo, em vez de cortar custos da atividade-meio? Por que estimular o consumo, sem estimular o aumento da oferta? Por que os preços no Brasil são o dobro de qualquer país do mundo, sendo que o chamado “Big Mac Index”, a ferramenta de comparação de preços, mostra que nosso Big Mac é 72% mais caro que em qualquer lugar e carros custam 45% mais caro que no México, nos EUA? “Ah… porque a carga tributária é de 36% do PIB e nos outros países semelhantes não passa de 21%”. Então, por que não lutar por uma reforma tributária profunda, em vez de jogadas periódicas premiando uma ou outra atividade? Por quê? “Ah, porque é muito difícil passar no Legislativo…” Mas, por que não usar toda a força da maioria que tem para isso? Por que a agroindústria, tão esquecida pelo governo (que gosta mais do MST), salva-nos todo ano com sua lucratividade? Será que vai bem justamente porque o governo não se meteu? Por que o SUS é a porta do inferno? Por que a educação-zero está impedindo a produção nacional, sem mão de obra para nada? Por que temos o recorde mundial de analfabetismo funcional? Por que será que os investidores internacionais têm medo de vir para cá, ultimamente? Será que é porque eles sabem que nós mudamos regras, não respeitamos contratos nem marcos regulatórios e porque nós queremos lhes enfiar o Estado goela abaixo? Por que será que, de todo o dinheiro arrecadado para as aposentadorias no país, 50% são para pagar apenas 20% dos aposentados (setor público, claro), enquanto a outra metade é para pagar os 80% restantes? Por que somente 1,5% do PIB é investido em infraestrutura, quando no resto do mundo são por volta de 4%? Por quê? Nossa infraestrutura é a 114ª pior entre 148 países.
Ou seja, continuamos sob “anestesia mas sem cirurgia” (Simonsen). Por quê? Talvez a resposta esteja em Platão e sua carroça. Ele disse que é dificílimo guiar um carro com dois cavalos diferentes ─ um bom marchador e outro manco e lento. É nosso destino, em um governo dividido entre o “bolivarianismo” e as necessidades óbvias, reais do país. Ao contrário do que proclamam, o óbvio pragmatismo administrativo não é “de direita” não, e seria bom para o crescimento e para reduzir a desigualdade.
A matéria da The Economist tem a boa intenção de nos acordar para a racionalidade; não quer nos destruir, não é da “oposição”. A reportagem da revista, que é lida no mundo inteiro, serve para nos lembrar da famosa frase de Reagan (sim, o reacionário) ─ perfeita para nos definir: “O Estado não é a solução; o Estado é o problema.”
Ah, sim; a revista esqueceu de mencionar uma importante força da natureza que nos impele para o erro: a muito esquecida categoria política da… burrice.