segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Ganhando na loteria






Para o Yahoo, o IPO do Alibaba foi como ganhar na loteria.


O Yahoo era dono de 524 milhões de ações do Alibaba, vendeu 120 milhões e ainda tem 16,3% da empresa chinesa.
Quando os investidores analisam as ações do Yahoo com uma metodologia chamada “soma das partes”, eles vêem o seguinte:

O Yahoo vale hoje 40,7 bilhões de dólares, de acordo com o preço de fechamento de sexta-feira na Bolsa Nasdaq.
O que está embutido neste preço?

1) O caixa que o Yahoo vai receber pela venda de suas ações do Alibaba no IPO: 10,5 bilhões de dólares.

2) A participação de 35% que o Yahoo tem no “Yahoo Japan”. Se fosse vendida a preços de mercado, essa participação valeria 5 bilhões de dólares. (A conta, feita pelo site americano Business Insider, já é líquida dos impostos que o Yahoo teria que pagar na venda.)

3) O Yahoo ainda tem 401 milhões de ações do Alibaba, que valem cerca de 25 bilhões de dólares, depois de pagar impostos na venda (e assumindo que a ação do Alibaba negocia a US$90 na Bolsa. A ação fechou a US$93,89 na sexta-feira, o primeiro dia de negociação). 

Detalhe: alguns analistas acham que o Yahoo conseguiria evitar pagar impostos se esperar um ano para vender as ações, fizer a venda em Hong Kong e mantiver o dinheiro na Ásia, sem repatriar o dinheiro para os EUA. Neste cenário mais ‘agressivo’, a participação valeria 35 bilhões de dólares…
Como a soma dos fatores acima dá 40,5 bilhões de dólares, e o Yahoo vale, na Bolsa, 40,7 bilhões, isso quer dizer que o mercado atribui um valor de quase zero ao negócio do Yahoo, que, assim como o Google, é um negócio de busca e publicidade. 

O negócio de publicidade do Yahoo tem uma geração de caixa (EBITDA) de cerca de 1 bilhão de dólares por ano.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Olhando para a frente

Olhando para a frente

Por Fersen Lambranho *

De acordo com a sabedoria oriental, quem não aprende com o passado, comete os mesmos erros no presente e compromete o futuro.
Em 1980, logo após ser eleito, Ronald Reagan dirigiu as seguintes palavras à nação americana, palavras estas que poderiam fazer parte do discurso de posse de qualquer um dos nossos atuais candidatos a presidente da República: "Temos que agir ousada, decisiva e rapidamente a fim de controlar o crescimento desmedido dos gastos federais, eliminar os desincentivos fiscais que estrangulam a economia e reformar a teia regulamentadora que a sufoca.
Temos que manter a taxa de crescimento dos gastos governamentais em níveis razoáveis e prudentes.
Temos que reduzir as taxas incidentes sobre a renda pessoal, acelerar e simplificar de modo ordenado e sistemático as taxas de depreciação, a fim de remover os desincentivos ao trabalho, à poupança, aos investimentos e à produtividade.
Temos que rever os regulamentos que afetam a economia e mudá-los de maneira a estimular o crescimento.
Precisamos instituir uma política monetária estável, válida e previsível".
A este discurso, eu acrescentaria os ensinamentos de Milton e Rose Friedman, descritos no excelente livro "Tirania do Status Quo": "Um novo governo dispõe de seis a nove meses a fim de produzir novas mudanças. Se não aproveitar a oportunidade e agir decisivamente nesse período, não terá outra igual. As mudanças adicionais virão apenas lentamente, ou não virão em absoluto, e contra-ataques serão desfechados contra as mudanças iniciais. As forças políticas temporariamente derrotadas reagrupam as suas hostes e tendem a mobilizar todos os que foram prejudicados pelas mudanças, enquanto os proponentes destas tendem a relaxar após as primeiras vitórias".
Quem vier por aí, com a legitimidade de milhões de votos, terá de arrumar a casa e repensar o país, de modo a reinseri-lo na nova fase de reglobalização, uma vez que a globalização se encerrou com a crise de 2008. Usando uma linguagem bem simples, utilizada na indústria automobilística, em vez dos Brics 1.0 - Brasil, Rússia, Índia e China -, temos agora os Brics 2.0 com a inclusão da África do Sul.
A questão ideológica está em extinção e só persiste no bolivarianismo anacrônico de alguns dos nossos vizinhos - os que estão em pior situação econômica, por sinal. Os acordos no mundo atual passam a ser feitos por interesses econômicos pontuais, tais como Estados Unidos-Europa; Moscou-Pequim; Transpacífico: Estados Unidos- México-Colômbia-Peru-Chile e Austrália etc. Os blocos que congregam as nações independentemente de suas ideologias é que se tornaram atores relevantes. As Organização nas Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) passaram a ter uma importância relativa.

Embora a China tenha desacelerado o seu crescimento, 7,5% sobre US$ 9 trilhões ainda constitui uma montanha de dinheiro. Neste ritmo, a China ultrapassa os Estados Unidos até 2023. Isto só aconteceu no século XIX, em 1871, quando os Estados Unidos tomaram o lugar da Inglaterra como maior potência mundial e, antes disso, no século XVII, no momento em que a Inglaterra superou a China no comércio internacional. Portanto, estamos assistindo ao início de um longo ciclo.
Neste novo mundo, o Brasil não pode continuar a ter uma economia tímida e fechada. No grupo que reúne as principais nações ricas e emergentes, o nosso país é onde o comercio internacional tem menor relevância para a economia. Exportações e importações somadas em relação ao PIB, temos um percentual de 21% contra 87% da Coreia do Sul, 63% do México, 34% da Austrália e 25% da Argentina. É muito pouco!
No índice de liberdade econômica medido pela Heritage Foundation (centro de pesquisa com sede em Washington), que toma como base de aferição o direito de propriedade, os gastos do governo, o nível de corrupção, o sistema tributário, as regras do mercado de trabalho, a legislação sobre o fluxo de capital e a abertura comercial de 185 países, numa escala de zero a cem, o Brasil aparece com o índice de 56,9, contra 90,1 de Hong Kong; 89,4 de Singapura; 82 da Austrália; 81,2 da Nova Zelândia; 75,5 dos Estados Unidos e 74,9 do Reino Unido.
Seja quem for o eleito, torna-se imprescindível acabar com a alergia ao liberalismo. Ao lado de corrigir-se rumos da economia, é necessário reparar erros do passado, quando se deixou de investir de maneira necessária na educação, saúde e segurança, justamente os problemas que os brasileiros, ricos e pobres, apontam como os maiores responsáveis pela nossa imensa dívida social, que vem desde os tempos coloniais.
Somente assim poderemos atrair um fluxo contínuo de capital. Num primeiro momento, atitudes macroeconômicas, apesar de necessárias, atraem recursos de curto prazo. Porém, o que precisamos são políticas permanentes de Estado, que sejam seguidas por um programa de ação ininterrupta de governo por longos períodos e por seguidos mandatos, a fim de transmitir à comunidade de negócios internacional e aos formadores de opinião uma visão séria e perene do nosso país.

* Fersen Lambranho é engenheiro com mestrado na UFRJ, empresário e chairman da GP Investments.

FONTE: Valor Econômico S.A.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Vem aí o I Seminário de Empreendedorismo e Inovação da Zona da Mata



I Seminário de Empreendedorismo e Inovação da Zona da Mata
As inscrições são gratuitas e já estão abertas para profissionais, estudantes e empreendedores

A Endeavor – ONG mundial de fomento ao empreendedorismo – realiza nos dias 19 e 20 de setembro (sexta e sábado) o I Seminário de Empreendedorismo e Inovação da Zona da Mata. O evento é uma realização da Endeavor e da Faculdade Machado Sobrinho em parceria com San Pedro Valley e Masci Consultoria Jr. e recebe o apoio de empreendedores de sucesso que nasceram na região e que hoje já impactam todo o país com seus negócios.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.machadosobrinho.com.br/seminario até o dia 18/09, ou até atingirem o limite de inscritos. O seminário será ministrado no campus da Machado Sobrinho, em Juiz de Fora, com credenciamento previsto para as 18h30. O site também disponibiliza informações sobre os palestrantes e a programação detalhada. A abertura será efetuada pelo professor José Luiz de Souza Botti, diretor da faculdade, seguido pela palestra “Multiplicando os empreendedores que transformam o país” da Coordenadora Regional da Endeavor, Amanda Cattoni.

“O evento visa estimular a mentalidade de empreendedorismo nos alunos e demais participantes do evento, assim, também, como identificar potenciais de inovação usando as tecnologias de comunicação, informação e entretenimento. Outro motivo relacionado à criação do Seminário está na tentativa de gerar os primeiros conhecimentos para que os cursos vinculados à área de negócios de nossa cidade e região insiram em suas estruturas curriculares, conceitos e práticas de inovação”, afirma o professor José Luiz.

A programação inclui palestras e mesas redondas, com a presença de empresários e empreendedores de renome nos mercados mineiro e brasileiro, tais como Tiago Mendonça (ABC da Construção), Bernardo Lustosa (Clearsale), Cristiano Brega (Confiance Medical) e Gustavo Travassos (Maxtrack/Denox), Rodolfo Zhouri (ABC da Construção), Tomás Duarte (Tracksale e Embaixador Google), Samir Iasbeck (Qranio) e Cristiano Moisés (Imeri Capital).

Segundo Amanda Cattoni, coordenadora da Endeavor em Minas, “a falta de capacitação do empreendedor e as dificuldades burocráticas para proteger a propriedade intelectual são dois fatores que impactam a inovação no Brasil. É preciso tirar proveito da grande criatividade do brasileiro, capaz de desenvolver soluções simples para problemas complexos e canalizá-la para inovações que tragam resultados. Portanto, um seminário desse porte trará enormes avanços, possibilitando aos empresários da região se tornarem empreendedores inovadores, questionadores da realidade sócio econômica e transformadores do Brasil em um país melhor, estabelecendo a semente da cultura empreendedora na zona da mata mineira”. 

Sobre a Endeavor
A Endeavor é uma das principais organizações de fomento ao empreendedorismo no mundo. Atua na mobilização de organizações públicas e privadas e no compartilhamento de conhecimento prático e de exemplos de empreendedores de alto impacto para fortalecer a cultura empreendedora do país. No Brasil desde 2000, já ajudou a gerar mais de R$ 2 bilhões em receitas anualmente e mais de 20.000 de empregos diretos através de programas de apoio a empreendedores; e a capacitar mais de 2 milhões de brasileiros com programas educacionais presenciais e à distância.
Mais informações: http://endeavor.org.br/

I Seminário de Empreendedorismo e Inovação da Zona da Mata
Data: 19 e 20 de setembro (sexta e sábado)
Horário: dia 19/09, das 18h30 às 22h30 e dia 20/09 das 8h30 às 12h30
Local: Rua Pedro Celeste s/nº - Cruzeiro do Sul - Juiz de Fora - MG
Informações: (32) 3234-1436
Realização: Endeavor, Faculdade Machado Sobrinho, San Pedro Valley e Masci Consultoria Jr.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Cavalo de Troia, a síndrome nefasta da falsa mudança


Por José Luiz Tejon

Mudar para mudar e nessa louca mudança comprar ilusões na forma de sonhos e de comodidades irrealizáveis no jogo secular das mentiras ilusionistas do povo. Num marco histórico havia um povo louco para mudar seu destino, e criar novas relações com um inimigo indesejável. A cidade que queria mudar tudo, chamava-se Troia, e os que prometiam mudanças, paz, comodidade, conforto, riqueza e alegrias eram os gregos.
Prepararam um lindo e majestoso presente, um lindo cavalo, um símbolo da promessa de tudo o que a maioria dos troianos queriam. Eles não desejavam lutar, perseverar, enfrentar as suas duras realidades. Ao acordarem de manhã, com o majestoso presente grego, ficaram tomados de esperanças. A grande maioria queria pegar o cavalo, aceitar o presente e obter uma vida tranquila e deliciosa. Uns poucos, de Troia, eram contra.
Tentavam alertar a maioria para o engodo, o engano. Mas nunca existirá engano superior ao poder do autoengano. Esses que eram contra receber o falso presente foram mortos e expulsos pelos demais, a gigantesca maioria troiana. Abriram os portões e receberam o presente. Quando o cavalo estava na praça central de suas fortificações, soldados saíram de seu ventre, escancararam as defesas de Troia e aniquilaram os inimigos.
Muito cuidado, líderes, e autolíderes. Prometemos mudanças, falamos de mudanças, como se essas palavras por si só tivessem o poder mágico de equacionar todos os nossos desejos, na sua grande maioria legítimos de esperanças, mas na quase totalidade falsos como sacrifícios para serem obtidos.
Agora nas eleições, quem mais está identificado com as tais mudanças, mais cresce nas intenções de votos.
Muito cuidado, cavalos de Troia existem, e sempre existiram.