quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A nova década perdida

 A nova década perdida

Por Marcos Troyjo

Sobrevém um amargor na boca quando "recessão", "eclipse" – ou mesmo "impeachment” – aparecem na tela do radar que o mundo direciona ao Brasil.
O impacto negativo dessas indesejáveis características nos próximos quatro anos, acrescido da mediocridade do último quadriênio, convida a outra noção: o País está em meio a uma nova década perdida.
Pensamos nos anos 1980 como a dolorosa convalescênça do hiato democrático e dos excessos nacional-desenvolvimentistas dos governos militares.
Hoje, o desperdício de nossas potencialidades associa equívocos econômicos aos de política externa numa combinação que deprecia o respeito pelo País.
Se o foco é no alívio da pobreza, inexiste na história momento recessivo em que os maiores prejudicados não tenham sido os menos favorecidos. Na ausência de crescimento vigoroso, caem por terra alicerce e discurso do combate à desigualdade.
Isso é tanto mais grave no tipo de recessão que se avizinha para o Brasil. Ela vem de mãos dadas com vácuo de liderança e inflação. Ambos desencorajam o investimento, que deveria ser o grande motor de uma nova fase de crescimento.
Se o País fechar a atual década com expansão média anual de 2%, nem de perto nos desvencilharemos da armadilha da renda média. Em paralelo, é frustrante continuarmos a assistir grandes mercados emergentes arremeterem.
Indonésia, Índia e China esperam crescimento anual superior a 6% no intervalo 2015-18. No período, estimativas realistas projetam o Brasil com expansão média 1,5 % abaixo da economia mundial.
Ouve-se com frequência do governo brasileiro, no que só pode ser alusão à Europa, que poucos no mundo estão crescendo.

Uma coisa, porém, é o desempenho estacionário da Zona do Euro, onde a renda per capita é de US$ 35 mil. Outra é empacar com um terço disso, como o Brasil, ainda nos verdes anos do bônus demográfico. Nesse ritmo, é grande o risco de ficar velho antes de se tornar rico.

No âmbito das relações internacionais, estamos desorientados. Na melhor hipótese, praticamos uma diplomacia confusa. E, ao contrário do desejado mote para o Itamaraty de Dilma 2.0, "sem resultados”.
Nos fóruns multilaterais, estamos eclipsados por falta de pagamento de contribuições regulares ou pela grande alocação de tempo, recursos e capital político em portfólio de baixo retorno, de que é exemplo o marasmo da OMC.
Em nossa suposta prioridade à África, abrimos grande número de postos diplomáticos, agora em frangalhos orçamentários.
Na América Latina, o embate maior entre Washington e Pequim por aliados regionais num momento de fragilidade econômica e diplomática brasileira mina nossa influência. A Argentina claramente já substituiu o Brasil pela China como principal referência de sua política externa.

Nações desperdiçam anos quando não crescem, não performam à altura de seu potencial. Mas uma década só é realmente perdida quando um país nada aprende com ela. Vivemos uma confluência de todos esses fatores.
Tomara que desta vez o passado – e o presente – nos ensinem algo para o futuro.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A Real Elizabeth



"O Príncipe Dom Eudes de Orleans e Bragança comentava emuma roda de amigos,como gostou da leitura do livro "A Real Elizabeth", do jornalista inglês Andrew Marr.Trata-se da primeira biografia da Rainha Elizabeth II publicada no Brasil, pela Editora Europa, e o jornalista aborda a real função da soberana e as adaptações que a monarquia passou nos últimos tempos.Dom Eudes acompanhou a Rainha Elizabeth II na viagem que fez ao Brasil em 1968, a bordo do Iate Real Britânia, iate hoje aposentado e que virou Museu, na época o nosso Príncipe,era Capitão da Marinha Brasileira.

Outro livro "The Queen's Diamonds" de Hugh Robert,livro luxuoso que lançado no Jubileu da Rainha, mostra todas as jóias da soberana, mas se esquece do famoso conjunto de Águas - Marinhas, colar, brinco e pulseiras, entregues a Rainha por Assis Chateaubriand, em nome do governo Brasileiro, como presente para a soberana, durante os festejos da Coroação em 1952. Só o colar era composto de doze pedras de águas-marinhas, com 607 brilhantes incrustados em fina platina. Na época causou tanto fascínio que uma réplica do colar foi encomendada
pela falecida Lily de Carvalho Marinho.

Elizabeth II comemorou, em fevereiro de 2012, seu jubileu de diamante — 60 anos como rainha da Grã-Bretanha. É justamente neste momento que o jornalista Andrew Marr volta sua pena sagaz à monarquia e à monarca, revelando o papel central que ela ocupa como chefe de estado de 19 países, normalmente desconhecido do grande público.
Com organização temática (em vez de cronológica), Marr disseca as relações políticas de Elizabeth II, especialmente aquelas com seus primeiros-ministros; examina suas responsabilidades e o seu profundo comprometimento como chefe da Commonwealth. Sobretudo, lança seu olhar ao que exatamente ela faz — desde suas aparições públicas e inaugurações até reuniões com chefes de estados e outros dignitários visitantes — e no porquê ela passa três horas por dia examinando documentos enviados de Downing Street. 

Marr analisa ainda as dramáticas mudanças na mídia desde a ascensão ao trono, em 1952, e como a monarquia — e a monarca — viram-se obrigados a mudar e a se adaptar. Ele argumenta que, sob os vigilantes olhos da rainha, a monarquia britânica experimentou uma modernização intensa e sem precedentes para enfrentar as demandas da era moderna, desde o final da Segunda Guerra Mundial. Apoiado por pesquisa meticulosa e habilidade narrativa ímpar, Marr apresenta um retrato fiel e sem precedentes de Elizabeth II e também do seu reinado ao longo de seis décadas.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

E a Rússia hein?


E a Rússia hein?  Assistimos à economia russa jogar na nossa cara um crescimento de 0,6% em 2014. Ou seja: uma economia emergente totalmente baseada em petróleo e gás (cujos preços derreteram), em guerra na fronteira com a Ucrânica e sofrendo sanções comerciais dos principais mercados do mundo, ainda consegue crescer mais do que o Brasil. Difícil, muito difícil.


Encontro em Belo Horizonte


O Prefeito Bruno Siqueira, agora a pouco no gabinete do seu amigo, o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, tratando de assuntos de interesse de Juiz de Fora.