Universidade: o Partido Universal do Reino de Marx
Do leitor André Henrique:
O proselitismo ideológico é muito maior dentro da universidade pública. Faço o curso de ciências sociais e, fazendo licenciatura, fico habilitado a dar aulas de geografia, história etc. Em uma aula de didática, a professora fez várias críticas a essas reportagens da VEJA, dizendo que não existe possibilidade de um professor ser imparcial na hora de expor sua matéria e que VEJA é neoliberal. Usei Max Weber para responder: “É claro que um professor tem suas paixões e preferências, mas deve buscar a OBJETIVIDADE”. E o engraçado é que essa professora é do PT. Certa vez, comentando projetos sociais do partido, ela disse a um estudante: “O PT tem umas sacadas diferenciadas!” Eu disse: “Sacadas de dinheiro, só se forem!”Essa mesma professora queria explicar a crise da escola pública paulista, dizendo que a culpa é do PSDB, lembre-se que ela é do PT, e do NEOLIBERALISMO, o ser abstrato preferido dos ideopatas — que, segundo um professor, não é conceito e sim xingamento! Ela disse que a meritocracia e as idéias liberais estão arruinando a escola pública. Estava munida de um ranking que informava os países que tinham as melhores escolas. Canadá e Austrália estavam nas primeiras posições, e o Chile era o país latino mais bem-colocado. Eu a questionei: “Mas os países que a professora usa como exemplo são liberais, como a culpa é do liberalismo?”Complementei: “Se lermos Faoro, Edson Nunes, veremos que os preceitos liberais não existem nas relações das universidades públicas e do Estado brasileiro; o que temos não é meritocracia, e sim clientelismo e patrimonialismo. O problema da universidade pública é justamente a falta de meritocracia e de princípios liberais. E, no caso da escola pública, devem ser levadas em conta as particularidades sociais de cada escola e a influência da revolução tecnológica, que desmantelou as pernas das instituições, colocando-as à prova, tanto a família como o Estado e a escola. Não podemos reduzir questões complexas a mero jogo ideológico, pois estes limitam nossa visão.”Essa professora não enxerga essas questões porque dá uma aula enviesada, seu estudo é enviesado. E, como ela é do PT, o negócio é atacar o PSDB e o tal do neoliberalismo. A universidade vira igreja – é o Partido Universal do reino de Marx com seus bispos vermelhos! O marxismo perdeu muito espaço dentro da universidade, ainda bem! Mas ainda tem gente desse tipo lá, que dá aula pregando revolução, defendendo as FARC e o MST. Terrível!A maioria dos alunos vem de escolas particulares, dopados pela heresia intelectual marxista, entra nas universidades públicas negando-se a estudar, andando feitos hippies e pregando revolução — como a dose de heresia é maior nas universidades, acabam sofrendo de overdose ideológica. Depois que saem das universidades, esses indivíduos seguem para os jornais, sindicatos e escolas e tocam o ciclo da evangelização intelectual adiante. É um ciclo vicioso e venenoso.A princípio, serei professor de história e de geografia, e desse mal estou curado, nunca fui de seguir consenso. Acredito que educar não é incutir uma idéia na cabeça do aluno, mas colocá-lo a par de todas as vertentes de forma científica e não política. Até porque escola não é sindicato ou laboratório ideológico; escola é espaço de ensino democrático. E os alunos são cidadãos e não cobaias!Desculpem a extensão do texto.
(André Henrique) 20/11/08
2 comentários:
Essa é a universidade virtual!!!! Não conheço!!!! Mais me parece essa história uma panfletagem ?!?!?!!? Ainda bem que desconheço conceitos tão cabados. PT marxista, PSDB neo liberal!! rsrsrssrrs muito simples esta análise!!!!!!
Que demitam essa professora; se é que existe!!!! Graduando, vá mais nas aulas, seu comentário é digno de estudante do primeiro período!!!!!!
Caro André Henriques,
Parabéns pelo artigo! Você tocou em pontos importantes e vulneráveis da nossa educação universitária, principalmente a que passa de geração a geração, tendenciosa, sem criatividade, descompromissada com a verdade e influenciada por opções e idéias político partidárias. Temos visto professores que durante uma vida inteira negam a suprema missão do mestre, resumida na sua afirmação: “Acredito que educar não é incutir uma idéia na cabeça do aluno, mas colocá-lo a par de todas as vertentes de forma científica...”
Hoje como professor universitário ministrando aulas para os cursos de Mestrado e Doutorado na faculdade nº1 do ranking entre as Faculdades de Odontologia e a 2ª entre todas do país, só superada pela EBAPE-FGV segundo o IGC, posso afirmar que o que você descreve ocorre até neste nível.
Precisamos de mais postura como a sua.
Continue escrevendo!
Mauro Cruz
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