Foi com profunda vergonha e indignação que pude constatar o estado lastimável em que se encontra o Monumento a Bernardo Mascarenhas, localizado na Praça Antonio Carlos, no Centro de de Juiz de Fora. A pichação é um tipo de vandalismo cada vez mais freqüente em Juiz de Fora e que cresce sob as barbas da polícia. Triste que certas pessoas não cuidem do patrimônio público, não reverenciem a cultura e não saibam apreciar a beleza da memória de uma gente.É bom que se ressalte que grafiteiro não é pichador. Os pichadores espalham mensagens que irritam pela poluição visual, o desrespeito ao patrimônio público e também por não fazerem nenhum sentido. Mas não é difícil entender os mecanismos que impulsionam esse festival de selvageria que enfeia as nossas cidades. De um lado, pode-se dizer que os adolescentes são assim mesmo, passam por aquela fase em que desafiam as regras da família e da sociedade. Entre os rapazes de boa família, rouba-se o carro do pai para disputar “pegas” em avenidas mal-iluminadas. Entre os filhos de famílias pobres, eles levam uma vida dura, sem dinheiro para se divertir – e encontram nesse tipo de “programa de índio”, digamos assim, uma espécie de emoção que costuma faltar em seu cotidiano difícil e modorrento. Há uns 20 anos, um estudante que pichasse muros com slogans como “Diretas já”, por exemplo, estava exercendo seu elementar direito de expressão – proibido pela censura e pela polícia da época. Os pichadores de hoje são simples marmanjos arruaceiros que destroem impunemente o patrimônio público – por pura diversão. E ninguém faz nada.
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