Judeus e não-judeus do mundo inteiro realizaram ontem solenidades para marcar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. No Brasil, o evento aconteceu numa sinagoga em São Paulo. E o presidente Lula discursou. Entre os presentes, muitas autoridades, como o governador de São Paulo, José Serra; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o vice-governador Alberto Goldman; o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Acompanhavam o presidente a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil); o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.Era o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto? O decoroso Lula não teve dúvidas e deitou falação sobre o conflito israelo-palestino. E não foi de improviso, não. Desta vez, ele leu o discurso. Lembrou que a posição histórica do Brasil é a defesa da existência de dois estados na região e mandou ver: “Esse tem sido o sentido de todas as nossas manifestações, pois só assim alcançaremos a paz naquela região. Tenho me esforçado pessoalmente para impedir que o ódio mútuo acumulado ao longo de décadas acabe sufocando ainda mais as alternativas de paz".Sem medo dos clichês (será que foi Luiz Dulci o redator?), seguiu adiante: “O conflito entre israelenses e palestinos no Oriente Médio atinge corações e mentes de todos e nos obriga a evitar que o ódio contamine o nosso país". Exaltando a patetice de Celso Amorim, que foi fazer um tour pelo Oriente Médio, emendou: “Todos sabem que o Brasil não está interessado nos resultados políticos e dividendos econômicos que podem ser obtidos na região. Nosso interesse é contribuir com a paz". Tudo parece tão razoável, não? Não!Lula, acreditem, falou ATÉ do Holocausto!Dizer o quê? A referência ao conflito, num dia como ontem, é absolutamente descabida. Ela minimiza o Holocausto e ainda remete à associação comumente feita pelos inimigos de Israel e anti-semitas a granel, que pretendem que os judeus estão fazendo com o povo palestino o que os nazistas fizeram com eles. Não custa lembrar que foi esse o sentido de uma nota emitida pelo PT. No Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil deu um voto de censura a Israel.Um discurso inadequado, indecoroso e mistificador.Trata-se de um discurso fora do lugar. Não cabe a Lula usar um evento trágico, que procurou banir da terra um povo inteiro, para tentar dar lições oblíquas de moral (ou, pior ainda, de moral oblíqua) justamente às vítimas. Até porque ele poderia ter sido mais explícito: quem defende, em sua carta de fundação, o genocídio é o Hamas.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Lula, o sem-noção
Judeus e não-judeus do mundo inteiro realizaram ontem solenidades para marcar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. No Brasil, o evento aconteceu numa sinagoga em São Paulo. E o presidente Lula discursou. Entre os presentes, muitas autoridades, como o governador de São Paulo, José Serra; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o vice-governador Alberto Goldman; o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Acompanhavam o presidente a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil); o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.Era o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto? O decoroso Lula não teve dúvidas e deitou falação sobre o conflito israelo-palestino. E não foi de improviso, não. Desta vez, ele leu o discurso. Lembrou que a posição histórica do Brasil é a defesa da existência de dois estados na região e mandou ver: “Esse tem sido o sentido de todas as nossas manifestações, pois só assim alcançaremos a paz naquela região. Tenho me esforçado pessoalmente para impedir que o ódio mútuo acumulado ao longo de décadas acabe sufocando ainda mais as alternativas de paz".Sem medo dos clichês (será que foi Luiz Dulci o redator?), seguiu adiante: “O conflito entre israelenses e palestinos no Oriente Médio atinge corações e mentes de todos e nos obriga a evitar que o ódio contamine o nosso país". Exaltando a patetice de Celso Amorim, que foi fazer um tour pelo Oriente Médio, emendou: “Todos sabem que o Brasil não está interessado nos resultados políticos e dividendos econômicos que podem ser obtidos na região. Nosso interesse é contribuir com a paz". Tudo parece tão razoável, não? Não!Lula, acreditem, falou ATÉ do Holocausto!Dizer o quê? A referência ao conflito, num dia como ontem, é absolutamente descabida. Ela minimiza o Holocausto e ainda remete à associação comumente feita pelos inimigos de Israel e anti-semitas a granel, que pretendem que os judeus estão fazendo com o povo palestino o que os nazistas fizeram com eles. Não custa lembrar que foi esse o sentido de uma nota emitida pelo PT. No Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil deu um voto de censura a Israel.Um discurso inadequado, indecoroso e mistificador.Trata-se de um discurso fora do lugar. Não cabe a Lula usar um evento trágico, que procurou banir da terra um povo inteiro, para tentar dar lições oblíquas de moral (ou, pior ainda, de moral oblíqua) justamente às vítimas. Até porque ele poderia ter sido mais explícito: quem defende, em sua carta de fundação, o genocídio é o Hamas.
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