Também se especula se a reação israelense, agora, não guardaria relação com o vindouro processo eleitoral no país, como se esse fosse mais um dado a pesar contra Israel...Que coisa, não? Até a democracia parece servir como argumento contra o país. O atual estágio da região, diga-se, tem sua origem nas urnas. Os palestinos arcam com as conseqüências de uma escolha. Preferiram ao Hamas ao Fatah; entre votar em quem reconhece a existência de Israel e em quem tem no seu programa a determinação de exterminar o país, escolheram a segunda alternativa — que alternativa não era.E o que fez o Hamas, uma vez vitorioso das urnas? Ora, tomou as providências para se constituir como ditadura teocrática: a primeira providência foi travar uma guerra civil com os adversários do Fatah e expulsá-los da Faixa de Gaza. Melhor: os militantes daquela facção fugiram. Os que caíram prisioneiros foram sumariamente fuzilados. Sem nem mesmo um processo judicial. Porque é assim que o Hamas trata seus inimigos, sejam palestinos ou judeus.“Ah, mas e o bloqueio? Sobre o bloqueio a Gaza, você nada diz?” Ora, digo, sim. O Hamas venceu as eleições sem renunciar a seu propósito de destruir Israel. Os palestinos fizeram tal escolha, não? E o que deveria fazer Israel? Criar facilidades para que seus inimigos gozassem de maiores e melhores meios para levar adiante seu intento? Um governo responsável faria o que fez o de Israel. Seria também a minha escolha se me fosse dado escolher.Então, quando menos, ficamos assim: os palestinos têm todo o direito de votar em quem pretende destruir Israel, e os israelenses hão de preferir, certamente, aqueles que se mostrarem eficientes na tarefa de impedir que isso aconteça. O que lhes parece? E com uma diferença importante: pouco importa o vitorioso, o partido que vencer a eleição em Israel não dará um golpe nem tentará criar uma ditadura teocrática.
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