"Estou aqui querendo me referir a essa sanha violenta, intimidatória. Estou defendendo uma questão republicana. Os americanos têm direito à passagem? Têm. O parlamento americano tem cartão sem limite para a viagem do parlamentar. A França tem custos pagos pelo contribuinte francês? Tem. A Suécia tem? Tem. A Dinamarca tem? Tem. Todos os parlamentos têm. Isso falta ser explicado ao povo brasileiro”
A fala acima é do deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Vamos lá. É preciso ver se, com efeito, os privilégios são os mesmos. Somados todos os ganhos dos parlamentares brasileiros — TODOS MESMO!!! —, duvido que haja muitos parlamentares no mundo mais bem-remunerados do que os nossos. Ciro certamente não haveria de achar injusto que passássemos a fazer uma espécie de regra de 3: a rica Suécia paga seus parlamentares de acordo com a sua riqueza, e nós, de acordo com a nossa pobreza. O que parece? Faríamos assim: estabeleceríamos a relação entre custo do parlamentar e PIB per capita na Suécia e aplicaríamos no Brasil. O que Ciro acha disso? Mais. Adorei esse negócio de ele evocar os EUA. Com 303 milhões de habitantes, aquele país tem um dos Congressos mais fortes do mundo. Conta com apenas 435 deputados. O Brasil tem 513. Há 100 senadores lá e 81 aqui. Eles têm mais? Não! De fato, têm menos. Explico: o número é maior porque há mais estados. Mas cada unidade da federação conta com dois representantes apenas, contra três no Brasil.
Vamos seguir os EUA, deputado Ciro Gomes!
Em vez de 81 senadores, apenas 54. Fazendo uma regra de três simples, em vez de 513 deputados, apenas 276. O que lhe parece. Numa conta rasa, economizaríamos 43% na Câmara e 33% no Senado. Apoiado! Ciro, por que não te calas?
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