É isso aí Juiz de Fora! O grupo M Dias Branco, o maior produtor de biscoitos e massas do País, com receita anual de R$ 3,5 bilhões, assinou ontem, terça-feira, (30/12) com o Governo de Minas Gerais, um protocolo de intenções para a instalação de uma nova unidade industrial em Juiz de Fora, o investimento será de 305 milhões de reais. Como companhia aberta, com ações negociadas na Bovespa, a M Dias Branco enviou nota a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) comunicando a decisão. A nova fábrica irá produzir massas e biscoitos. Gostaria de frisar aqui a importante participação da Prefeitura de Juiz de Fora e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, que não mediram esforços para que essa noticia se tornasse realidade.Vamos em frente, isso é só o começo.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Destruição criativa: o poderoso insight de Schumpeter
“Capitalismo sem bancarrota é como
Cristianismo sem inferno.” (Frank Borman)
Por Rodrigo Constantino
No capitalismo, empresas são criadas ou fechadas
de acordo com a demanda do mercado, isto é, dos consumidores.
Empreendedores arriscam suas idéias e capital em um produto ou
serviço ainda não testado, e a sua aceitação por parte do público
é que viabiliza ou não a sobrevivência da empresa. Este é um
processo dinâmico, competitivo, e que garante o melhor atendimento
ao consumidor, pois seu direito de escolha é a maior arma no mercado
livre. Qualquer alternativa a este modelo representa a transferência
do poder do consumidor para burocratas do governo. O que se segue é
invariavelmente maior corrupção e ineficiência.
Em Capitalism, Socialism and Democracy,
Joseph Schumpeter tratou do tema em um dos capítulos. Ele afirma que
o ponto essencial ao lidar com o capitalismo é compreender que se
está lidando com um processo evolucionário. O capitalismo é, por
natureza, um método de mudança econômica e jamais pode ser
estacionário. O impulso fundamental que mantém a máquina
capitalista em ação vem dos bens novos, dos novos métodos de
produção ou transporte, dos novos mercados ou das novas formas de
organização industrial que as empresas capitalistas criam.
Há uma constante revolução de dentro da
estrutura econômica, destruindo a velha ordem e criando uma nova.
“Esse processo de destruição criativa é o fato essencial sobre o
capitalismo”, diz Schumpeter. Ele achava, entretanto, que esse
processo poderia ter fim algum dia, e que o sucesso do capitalismo
plantaria as sementes de seu fracasso, levando ao socialismo. A
história vem provando, porém, que o economista austríaco estava
errado nesse aspecto.
O Estado “bem-feitor” julga que seus
governantes são seres iluminados e clarividentes, além de
totalmente íntegros, e irão portanto defender os interesses do
“povo” contra a competição predatória do capitalismo. Nada
mais longe da realidade. Quando o governo interfere na livre
competição, as trocas passam a ser de favores, não produtos. O que
pode salvar ou matar uma empresa passa a ser a caneta do burocrata
poderoso, não a satisfação do público.
Logo, agradar esse burocrata passa a ser mais
importante que agradar os consumidores. Empresas passam a gastar
milhões com lobistas, desviando energia e recursos que poderiam
estar voltados para a melhoria dos produtos. Quando o governo é o
“hospital” das empresas problemáticas, o que temos é uma
“socialização” dos prejuízos, distribuídos entre os pagadores
de impostos, enquanto lucros ficam retidos para os empresários
amigos do Estado.
Tudo isso é muito lógico, mas ainda assim
inúmeras pessoas defendem tal modelo prejudicial aos próprios
consumidores e pagadores de impostos. Por trás dessa contradição,
encontra-se falta de conhecimento sobre os fatos, assim como um
romantismo “nacionalista”, que pede proteção aos empresários
locais contra a “fúria” do capitalismo global. Como se o local
no mapa onde o empresário nasceu tivesse alguma ligação com o que
é benéfico ou não para o usuário do produto!
Essas pessoas acabam contribuindo para a
perpetuação das oligarquias nacionais, impedindo que o melhor e
mais barato chegue aos consumidores. Para salvar poucos empresários
que estão com problemas justamente por não estarem entregando o que
o cliente deseja em custo e benefício, pedem medidas que prejudicam
ainda mais esses clientes. Querem a “proteção” contra os
avanços tecnológicos e acabam prejudicando todos os consumidores.
Quando Thomas Edison criou a lâmpada no final do
século XIX, os produtores de velas devem ter entrado em pânico.
Fosse na época um governo com essa mentalidade esquerdista, talvez
vivêssemos sem luz elétrica até hoje. Ford criou seu Modelo T no
começo do século XX, popularizando um produto até então de luxo.
Com uma mentalidade anti-capitalista, era bem possível que o governo
atrapalhasse tal evolução para proteger os produtores de carroças.
O advento do computador criou fortes dificuldades
para empresas que fabricavam máquinas de escrever. Salvar tais
empresas poderia significar a condenação do consumidor ao uso
eterno desse equipamento antiquado. Quando uma Wal-Mart desbanca o
dono da quitanda, é porque oferece melhores serviços a preços
menores. Mas se o dono da quitanda fosse próximo o suficiente do
governo, poderia conseguir medidas para dificultar esse processo
natural que beneficia a todos. Os exemplos são infindáveis.
Além disso, o processo capitalista acaba
favorecendo especialmente as massas. Os mais ricos acabam funcionando
como cobaias para os novos produtos, que por reduzida escala custam
muito caro no começo. Ninguém tem como saber a priori quais
serão os bens mais demandados e bem sucedidos. As empresas, em
ambiente competitivo, testam diferentes alternativas, e os próprios
consumidores votam através do livre mercado.
Uma vez mais claro qual o vencedor, a produção
passa por uma fase de massificação, permitindo acelerada queda nos
custos. Com menores preços, os produtos novos podem alcançar as
classes mais baixas de renda. Essa é a trajetória que explica o
fato de quase todos os americanos terem ar condicionado em suas
casas, telefones celulares, computadores etc. Em termos de conforto
material, um trabalhador humilde hoje pode usufruir de mais coisas
que um nobre do feudalismo.
O fato é que o capitalismo é um processo
dinâmico e livre, onde a interação dos agentes é que determina a
sobrevivência das empresas, e a competição força a eterna
evolução dos bens e serviços. Riqueza não é algo estático,
obtido diretamente da natureza. É fruto do esforço de indivíduos.
Respeitar a liberdade do mercado, sem interferência de burocratas, é
o único meio de garantir a justiça e o poder dos consumidores e
suas preferências individuais.
Nesse processo competitivo, onde vários brigam
para atender melhor o cliente, cadáveres irão surgir. Mas serão
frutos justamente da escolha dos consumidores. Ceder poder ao Estado
para ressuscitar tais moribundos ineficientes é agredir tanto o
consumidor como o pagador de impostos. Seria a destruição da
“destruição criativa”, que tanto favorece os consumidores.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”,
minha coletânea de resenhas de 2008.
Assinar:
Postagens (Atom)