É isso aí Juiz de Fora! O grupo M Dias Branco, o maior produtor de biscoitos e massas do País, com receita anual de R$ 3,5 bilhões, assinou ontem, terça-feira, (30/12) com o Governo de Minas Gerais, um protocolo de intenções para a instalação de uma nova unidade industrial em Juiz de Fora, o investimento será de 305 milhões de reais. Como companhia aberta, com ações negociadas na Bovespa, a M Dias Branco enviou nota a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) comunicando a decisão. A nova fábrica irá produzir massas e biscoitos. Gostaria de frisar aqui a importante participação da Prefeitura de Juiz de Fora e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, que não mediram esforços para que essa noticia se tornasse realidade.Vamos em frente, isso é só o começo.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Destruição criativa: o poderoso insight de Schumpeter
“Capitalismo sem bancarrota é como
Cristianismo sem inferno.” (Frank Borman)
Por Rodrigo Constantino
No capitalismo, empresas são criadas ou fechadas
de acordo com a demanda do mercado, isto é, dos consumidores.
Empreendedores arriscam suas idéias e capital em um produto ou
serviço ainda não testado, e a sua aceitação por parte do público
é que viabiliza ou não a sobrevivência da empresa. Este é um
processo dinâmico, competitivo, e que garante o melhor atendimento
ao consumidor, pois seu direito de escolha é a maior arma no mercado
livre. Qualquer alternativa a este modelo representa a transferência
do poder do consumidor para burocratas do governo. O que se segue é
invariavelmente maior corrupção e ineficiência.
Em Capitalism, Socialism and Democracy,
Joseph Schumpeter tratou do tema em um dos capítulos. Ele afirma que
o ponto essencial ao lidar com o capitalismo é compreender que se
está lidando com um processo evolucionário. O capitalismo é, por
natureza, um método de mudança econômica e jamais pode ser
estacionário. O impulso fundamental que mantém a máquina
capitalista em ação vem dos bens novos, dos novos métodos de
produção ou transporte, dos novos mercados ou das novas formas de
organização industrial que as empresas capitalistas criam.
Há uma constante revolução de dentro da
estrutura econômica, destruindo a velha ordem e criando uma nova.
“Esse processo de destruição criativa é o fato essencial sobre o
capitalismo”, diz Schumpeter. Ele achava, entretanto, que esse
processo poderia ter fim algum dia, e que o sucesso do capitalismo
plantaria as sementes de seu fracasso, levando ao socialismo. A
história vem provando, porém, que o economista austríaco estava
errado nesse aspecto.
O Estado “bem-feitor” julga que seus
governantes são seres iluminados e clarividentes, além de
totalmente íntegros, e irão portanto defender os interesses do
“povo” contra a competição predatória do capitalismo. Nada
mais longe da realidade. Quando o governo interfere na livre
competição, as trocas passam a ser de favores, não produtos. O que
pode salvar ou matar uma empresa passa a ser a caneta do burocrata
poderoso, não a satisfação do público.
Logo, agradar esse burocrata passa a ser mais
importante que agradar os consumidores. Empresas passam a gastar
milhões com lobistas, desviando energia e recursos que poderiam
estar voltados para a melhoria dos produtos. Quando o governo é o
“hospital” das empresas problemáticas, o que temos é uma
“socialização” dos prejuízos, distribuídos entre os pagadores
de impostos, enquanto lucros ficam retidos para os empresários
amigos do Estado.
Tudo isso é muito lógico, mas ainda assim
inúmeras pessoas defendem tal modelo prejudicial aos próprios
consumidores e pagadores de impostos. Por trás dessa contradição,
encontra-se falta de conhecimento sobre os fatos, assim como um
romantismo “nacionalista”, que pede proteção aos empresários
locais contra a “fúria” do capitalismo global. Como se o local
no mapa onde o empresário nasceu tivesse alguma ligação com o que
é benéfico ou não para o usuário do produto!
Essas pessoas acabam contribuindo para a
perpetuação das oligarquias nacionais, impedindo que o melhor e
mais barato chegue aos consumidores. Para salvar poucos empresários
que estão com problemas justamente por não estarem entregando o que
o cliente deseja em custo e benefício, pedem medidas que prejudicam
ainda mais esses clientes. Querem a “proteção” contra os
avanços tecnológicos e acabam prejudicando todos os consumidores.
Quando Thomas Edison criou a lâmpada no final do
século XIX, os produtores de velas devem ter entrado em pânico.
Fosse na época um governo com essa mentalidade esquerdista, talvez
vivêssemos sem luz elétrica até hoje. Ford criou seu Modelo T no
começo do século XX, popularizando um produto até então de luxo.
Com uma mentalidade anti-capitalista, era bem possível que o governo
atrapalhasse tal evolução para proteger os produtores de carroças.
O advento do computador criou fortes dificuldades
para empresas que fabricavam máquinas de escrever. Salvar tais
empresas poderia significar a condenação do consumidor ao uso
eterno desse equipamento antiquado. Quando uma Wal-Mart desbanca o
dono da quitanda, é porque oferece melhores serviços a preços
menores. Mas se o dono da quitanda fosse próximo o suficiente do
governo, poderia conseguir medidas para dificultar esse processo
natural que beneficia a todos. Os exemplos são infindáveis.
Além disso, o processo capitalista acaba
favorecendo especialmente as massas. Os mais ricos acabam funcionando
como cobaias para os novos produtos, que por reduzida escala custam
muito caro no começo. Ninguém tem como saber a priori quais
serão os bens mais demandados e bem sucedidos. As empresas, em
ambiente competitivo, testam diferentes alternativas, e os próprios
consumidores votam através do livre mercado.
Uma vez mais claro qual o vencedor, a produção
passa por uma fase de massificação, permitindo acelerada queda nos
custos. Com menores preços, os produtos novos podem alcançar as
classes mais baixas de renda. Essa é a trajetória que explica o
fato de quase todos os americanos terem ar condicionado em suas
casas, telefones celulares, computadores etc. Em termos de conforto
material, um trabalhador humilde hoje pode usufruir de mais coisas
que um nobre do feudalismo.
O fato é que o capitalismo é um processo
dinâmico e livre, onde a interação dos agentes é que determina a
sobrevivência das empresas, e a competição força a eterna
evolução dos bens e serviços. Riqueza não é algo estático,
obtido diretamente da natureza. É fruto do esforço de indivíduos.
Respeitar a liberdade do mercado, sem interferência de burocratas, é
o único meio de garantir a justiça e o poder dos consumidores e
suas preferências individuais.
Nesse processo competitivo, onde vários brigam
para atender melhor o cliente, cadáveres irão surgir. Mas serão
frutos justamente da escolha dos consumidores. Ceder poder ao Estado
para ressuscitar tais moribundos ineficientes é agredir tanto o
consumidor como o pagador de impostos. Seria a destruição da
“destruição criativa”, que tanto favorece os consumidores.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”,
minha coletânea de resenhas de 2008.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Os inovadores,uma história fascinante sobre a revolução digital
Walter Isaacson
escreveu um livro inspirador sobre pessoas geniais, em que mostra
como o sucesso e a criatividade surgem a partir da colaboração. Os
inovadores é uma história fascinante sobre a revolução digital,
que relembra inclusive o papel crucial e muitas vezes esquecido que
as mulheres tiveram nessa história. Uma lição realmente valiosa
sobre como o trabalho em grupo leva a grandes resultados.
A onipresença dos
computadores e da internet às vezes nos faz esquecer como essas
invenções são relativamente novas. Se as gerações atuais já
nascem mexendo em tablets e smartphones, é estranho pensar que há
poucas décadas a computação pertencia ao domínio de cientistas,
militares e uns poucos empreendedores de ponta. Mas quem inventou o
computador? Quem teve a ideia de criar a internet? Foi perseguindo
essa pista que Walter Isaacson, autor das estrondosas biografias de
Steve Jobs e Albert Einstein, construiu esta empolgante narrativa,
que retrata inovadores bolando máquinas em suas garagens minúsculas,
pensadores excêntricos às voltas com grandes questões
existenciais, batalhas épicas entre empresas e uma grande dose de
bits, chips e fios de cobre. Um grande panorama da história da
revolução digital. Uma narrativa forte e emocionante sobre os
visionários cujas imaginações continuam a transformar nossas
vidas.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Uma nova marca com charme e design italianos
Por Vanessa
Barone | Para o Valor, de São Paulo
Lapo Elkann: “Não
há mais nada a inventar em termos de forma”
Junte um herdeiro de uma das empresas mais
conhecidas da Itália, outros dois empresários igualmente
bem-sucedidos, o apreço pela inovação e um inconfundível charme
da moda italiana. São esses os ingredientes que garantem o glamour
a Italia Independet (I-I), grife de acessórios criada em Turim, em
2007 pelos italianos Giovanni Accongiagioco, Andrea Tessitore e Lapo
Elkann. Esse último, neto de Gianni Agnelli e um dos herdeiros da
Fiat, foi considerado um dos homens mais elegantes pela revista de
moda masculina "GQ". Vender moda e design aliada à
tecnologia automotiva é o negócio da Italia Independet, que acaba
de trazer a sua linha de óculos para o Brasil.
Muito mais do que artigos funcionais, os óculos
da I-I capricham no apelo "fashion high tech". É o caso
do modelo 090V, cuja superfície aveludada leva o mesmo tipo de
acabamento "flocado" dos cockpits das Ferraris. Outro
produto que impressiona, o I-Thermic, possui um pigmento de cor que
reage ao calor. Uma vez em contato com temperaturas por volta dos
30°C, ele revela uma estampa ou outra cor que estava por baixo.
Italia Independet
"As pessoas não precisam comprar artigos de
moda, mas o fazem quando eles são únicos e distintos", diz
Lapo Elkann, em entrevista ao Valor. Segundo o
empresário, mais do que nunca, o consumidor, tanto o homem quanto a
mulher, sabe bem o que quer e não é facilmente iludido.
Os óculos da I-I capricham no apelo “fashion
high tech”. “As pessoas não precisam comprar artigos de moda,
mas o fazem quando eles são únicos e distintos”, diz Lapo
Elkann. “Então, nos concentramos em encontrar materiais
inovadores e em adaptar tecnologias originárias de outras
indústrias”. De acordo com ele, seguir as tendências de moda é
menos importante do que fazer produtos que realmente atendam às
necessidades do consumidor
"No segmento ótico, não há mais nada a
inventar em termos de forma", diz Elkann. "Então, nos
concentramos em encontrar materiais inovadores e em adaptar
tecnologias originárias de outras indústrias". De acordo com
ele, seguir as tendências de moda é menos importante do que fazer
produtos que realmente atendam às necessidades do consumidor.
"Queremos ter artigos que sejam usáveis por todo mundo,
independente do sexo e da idade. Isso é o mais difícil de fazer".
O foco da marca, diz Elkann, é o "luxo
acessível" - o que no caso da I-I significa vender óculos
por, em média, 150 euros (por aqui, nas óticas, estima-se que eles
custarão entre R$ 370 e R$ 900). "O verdadeiro luxo é poder
distribuir, em todo o mundo, um acessório que realmente expresse a
criatividade e o know how italiano", diz Elkann. Presente em 43
países, a Italian Independet possui o capital aberto desde o ano
passado, quando lançou ações na Bolsa de Valores de Milão. Em
2013, a empresa faturou 24,9 milhões de euros, o significou um
crescimento de 36% sobre o ano anterior.
FONTE: Valor Econômico
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Procura-se CEO para o Brasil
Procura-se CEO para o Brasil
A principal característica da unidade que será
conduzida pelo profissional é o subdesempenho
Por Marcos Troyjo
País de grande porte contrata chefe executivo.
Período de trabalho é de quatro anos, podendo renovar-se.
Profissional responderá aos anseios de 202 milhões de acionistas.
Atuará em setor altamente competitivo. A
performance é não apenas avaliada por critérios como tamanho
do PIB, mas por fatores meritocráticos como capacidade
administrativa e empreendorismo. Ciência de ponta e unidades
empresariais intensivas em tecnologia balizam o ecossistema em que o
profissional exercerá suas atribuições.
Em suas novas responsabilidades, cumprirá ao novo
gestor assessorar-se de grupo de profissionais sofisticados e
inovadores, capazes de ombrear-se com os melhores do mundo.
Hoje sua unidade apresenta estrutura de custos
excessivamente elevada para fazer frente a competidores mais baratos.
Sua produtividade é demasiado baixa para medir-se contra os mais
avançados. Sua logística é atravancada para equiparar-se aos mais
ágeis.
A unidade a ser liderada pelo profissional
encontra-se enredada no baixo crescimento. A pirâmide demográfica
de seus colaboradores, ainda a gerar benefícios econômicos
positivos, em breve se inverterá. O executivo haverá de evitar que
seus acionistas fiquem velhos antes de se tornarem ricos.
A principal característica da unidade a ser
conduzida pelo profissional é o subdesempenho. A burocracia asfixia
negócios e intimida novos empreendimentos. O profissional será
positivamente avaliado se sua unidade subir vinte casas nos rankings
internacionais de competitividade. O CEO ambicionará não somente o
grau de investimento, mas também o "business grade".
Muitos setores produtivos ou regulatórios
esclerosaram-se por presença sindical orientada ao velho contraste
capital/trabalho. Outros são instrumentalizados pelo compadrio
ideológico. Empresários passam a enxergar bancos oficiais, e não o
mercado, como seu "target". Caberá ao chefe executivo
levar adiante verdadeiro "turnaround".
Seus acionistas mais jovens têm deixado de
mostrar apetite para risco e desafio. Em vez de alimentar-se de um
ambiente em que poderão tornar-se bilionários a partir de
"start-ups", sonham com o emprego estatal.
O chefe executivo envidará esforços para que o
seu setor educacional privilegie educação empreendedora e ensino de
ciências e matemática. Fará com que 2% de sua receita destinem-se
à inovação. Trabalhará para que seus "stakeholders"
contem ao menos três universidades dentre as cem melhores do
planeta.
Espera-se que o chefe executivo insira sua unidade
nas cadeias globais de valor. Para tanto, desenhará plano de
trabalho para desafios na Europa, EUA e Ásia-Pacífico. Criará
condições para que triplique o número de multinacionais
brasileiras. Reconverterá a estratégia industrial do atual foco
em substituição de importaçōes para a promoção de
exportações.
Remuneração e benefícios são compatíveis com
o que se pratica no mercado. A principal recompensa do CEO, contudo,
será a honra de inaugurar nova fase na trajetória de
desenvolvimento do Brasil.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
A divergência e o debate
A divergência e o debate são comuns e saudáveis
em uma democracia. Podemos discordar em muitos pontos, mas tenho
certeza que concordamos nos principais valores básicos, essenciais à
sociedade que sonhamos para o futuro.
Podemos discordar das privatizações, mas não
precisamos aceitar que a
roubalheira, o aparelhamento político e a incompetência tomem conta das nossas estatais.
roubalheira, o aparelhamento político e a incompetência tomem conta das nossas estatais.
Podemos admirar os programas sociais do PT, mas
não precisamos aceitar um governo que mente descaradamente que seus
adversários acabariam com eles em um óbvio terrorismo eleitoral.
Podemos não gostar dos EUA, mas não precisamos
apoiar um governo que se alia às piores ditaduras do mundo e defende
países terroristas.
Podemos não gostar da Globo ou da Veja, mas não
precisamos de um governo que tenta controlar a imprensa.
Podemos não gostar do PSDB, mas não podemos
aceitar um governo, que se dizia guardião da ética, viver
mergulhado em escândalos diários, e se aliar e defender a escória
da política nacional como Maluf, Collor, Renan, Sarney, Jader
Barbalho.
Podemos não gostar do Aécio, mas não podemos
permitir que todas essas
práticas sejam incentivadas, premiadas e perpetuadas.
práticas sejam incentivadas, premiadas e perpetuadas.
Podemos querer outras alternativas, mas não
podemos deixar no poder uma quadrilha cuja cúpula, mesmo presa na
Papuda, é tratada como heróis e continua filiada ao partido!
Não podemos deixar que continuem a sambar na
nossa cara, infiltrando membros no STF para livrar seus pares,
comprando o legislativo com mesadas, sangrando nosso país em
benefício próprio e de ditaduras e pseudodemocracias. Se fizermos
isso será um atestado de que somos tão sem-vergonhas quanto eles,
que NADA nos choca e tudo pode nessa terra porque não temos mais
qualquer capacidade de indignação.
Se você não concorda com isso, é hora de mudar.
Voto nulo, branco ou abstenção é o mesmo que endossar suas
práticas.
É hora de união contra aqueles que tentam rachar
o país, com um discurso irresponsável e preconceituoso de "nós"
contra "eles", "pobres" contra "ricos",
"negros" contra "brancos", "povo"
contra "elite branca"...
O sentimento não é meu, é de todo brasileiro
que cansou e quer um país melhor.
Eu votei no PT ao longo de toda a minha vida. Fui traída. PT nunca mais
Eu votei no PT ao longo de toda a minha vida. Fui traída. PT nunca mais
Dra Karla Maia, juiza Federal
Tiro, porrada e bomba: Lula e a eleição do vale tudo
Tiro, porrada e bomba: Lula e a eleição do vale tudo
Na última vez que uma campanha presidencial
brasileira flertou com o esgoto e fez embrulhar o estômago, a vítima
se chamava Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 1989, Lula sofreu uma violência inédita
quando, às vésperas do segundo turno, Fernando Collor de Mello
colocou no ar uma ex-namorada de Lula afirmando que o petista lhe
pedira para fazer um aborto.
No dia seguinte, um Lula abatido e ainda
desorientado apareceu no ar, ao lado da filha Lurian, então com 15
anos, e afirmou que a menina foi fruto de um ato de amor. (Miriam
Cordeiro, a ex, também afirmou que Lula, já casado, quis reatar o
relacionamento com ela. Disse que Lula era racista. Disse o diabo.
Depois, uma assessora de Collor disse à Folha que a
campanha do alagoano havia pago a Cordeiro pelo depoimento.)
Talvez pelas sequelas deste episódio no que resta
de decência na política brasileira, por muito tempo o mundo
político decidiu que era melhor não avançar alguns sinais. Lula
contra Serra, Lula contra Alckmin, Dilma contra Serra — tudo
transcorreu com civilidade, com as campanhas debatendo as diferenças
programáticas e as picuinhas do varejo.
Até que, este ano, algo novo aconteceu.
Um Lula sentado no banco de reserva quis entrar em
campo.
Um Lula curado de um câncer na garganta decidiu
contraintuitivamente que, se a vida lhe deu uma nova chance — opa!
— era a hora de testar limites éticos que ele não havia visitado
antes.
Lula, que um dia encarnou o ‘Lulinha paz e
amor’, criou um novo personagem, o ‘Lulão Tiro, Porrada e Bomba’
(na frase celebrizada por Valesca Popozuda), e partiu para a guerra —
um microfone na mão e mil mentiras na cabeça.
A vítima de 1989 se tornara algoz.
Neste novo script, não há espaço para a lógica.
Sexta passada, num comício em Belo Horizonte, Lula perguntou “onde
estava Aécio quando Dilma estava presa por lutar contra a ditadura”?
Não importa que Aécio tinha sete anos.
Neste novo script, não se respeitam fatos
históricos que só deveriam ser comparados com outros se você tiver
a certeza de que não vai apequenar a História ao fazê-lo.
“Estão agredindo a gente como os nazistas
agrediam no tempo da 2ª Guerra Mundial,” Lula disse, referindo-se
aos tucanos, ontem à noite no Recife.
Os paralelos se estendem à Bíblia,
preferencialmente se der pra usar uma passagem que envolva
derramamento de sangue de inocentes. Para Lula, os tucanos “são
mais intolerantes que Herodes, que mandou matar Jesus Cristo quando
ele nasceu com medo de ele virar o homem que virou.”
Lula chama Aécio de ‘filhinho de papai’ e
‘vingativo’ e diz que o adversário bate em mulher: “A tática
dele é a seguinte: vou partir para a agressão. Meu negócio com
mulher é partir para cima agredindo”.
Por fim, compara Aécio a Collor, o homem que
expôs sua filha, seu casamento, sua intimidade, e que agora é seu
aliado.
João Santana, o marqueteiro de Dilma, não
veio ao mundo a passeio. Já elegeu seis presidentes, e usa pesquisas
qualitativas para saber o que seu cliente deve dizer, que cor de
vestido usar, e quando posar de vítima. (Ao contrário das pesquisas
quantitativas do Ibope e Datafolha, as qualitativas são
feitas junto a pequenos grupos de pessoas, representativas do
segmento do eleitorado que se quer conquistar.)
Nas últimas semanas, como resultado desses
ataques, a taxa de rejeição a Aécio cresceu, e muita gente já diz
que o marqueteiro do PT é o gênio da raça. Mas devagar com o
andor que o Santana é de barro.
Se um boxeador ganha uma luta dando socos abaixo
da cintura, o reconhecimento (e o cinturão) são dele? O público
dirá: “Esse cara é bom” ?
O problema de Santana é que, se as cobaias de
suas pesquisas qualitativas concordarem com a tese de que “reduzir
a inflação para 3% aumentará os casos de câncer,” esta nova
‘oncologia econômica’ logo brotará dos lábios de Dilma, ou de
Lula. É o marketing do custe o que custar, afinal, escrúpulos de
consciência são um luxo da burguesia.
Quando Marina Silva disse estar estarrecida diante
do ‘marketing selvagem’, muita gente achou sua postura ingênua,
de quem ‘deveria saber como as coisas funcionam’. Mas nos últimos
dias, o bom senso sugere que Marina estava com a razão.
“O marketing é uma ferramenta,” disse ela às
Páginas Amarelas de VEJA. “A sociedade não pode votar no
marqueteiro, não é ele que vai governar. Eu tomei uma decisão: vou
ganhar ganhando, não vou ganhar perdendo, ou seja, fazendo o mau
combate.”
Talvez o Brasil não esteja pronto para Marina
Silva e sua civilidade, e prefira mesmo tiro, porrada e bomba.
Enfim: um governo João Santana.
Por Geraldo Samor, colunista do site da VEJA
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Aécio lidera corrida presidencial, diz Instituto Veritá
Candidato do PSDB tem 53,2% dos votos válidos, contra 46,8% de Dilma
Se a eleição fosse hoje, o candidato do PSDB à
Presidência da República, Aécio Neves, teria 53,2% dos votos
válidos no segundo turno, segundo pesquisa do Instituto Veritá
divulgada nesta terça-feira (21). Dilma Rousseff, do PT, aparece com
46,8%.
Se for considerada a votação total, com brancos
e nulos, Aécio tem 47% das intenções. Dilma aparece com 41,4%. Os
indecisos somam 7,8% e outros 3,7% votariam em branco ou nulo.
A margem de erro da pesquisa, encomendada pelo
jornal Hoje em Dia, do grupo Record, é de 1,4 ponto percentual para
mais ou para menos.
O levantamento do Instituto Veritá foi realizado entre os dias 17 de outubro e 20 de outubro. Foram ouvidos 7.700 eleitores em 213 cidades de todos os Estados brasileiros.
Ainda segundo essa pesquisa, o índice de rejeição da presidenta Dilma é maior que o de Aécio. O levantamento apontou que 46,1% dos eleitores não votariam na petista de jeito nenhum, enquanto 39,1% afirmam o mesmo sobre o tucano.
O levantamento do Instituto Veritá foi realizado entre os dias 17 de outubro e 20 de outubro. Foram ouvidos 7.700 eleitores em 213 cidades de todos os Estados brasileiros.
Ainda segundo essa pesquisa, o índice de rejeição da presidenta Dilma é maior que o de Aécio. O levantamento apontou que 46,1% dos eleitores não votariam na petista de jeito nenhum, enquanto 39,1% afirmam o mesmo sobre o tucano.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Abaixo da cintura
Abaixo da cintura
Por Merval Pereira –
O Globo
Quando a presidente
Dilma disse que para vencer uma eleição “faz-se o diabo”,
estava antecipando a falta de limites éticos que sua campanha vem
demonstrando. Ontem chegamos ao ponto máximo até agora, com a
presidente da República insinuando que seu oponente é bêbado ou
drogado, num golpe baixo que até mesmo no MMA é proibido.
O candidato Aécio Neves teve a única reação possível, disse que se arrependia de ter se recusado a soprar o bafômetro, e elogiou a Lei Seca. Mas encarou com altivez a adversidade, criticando sua oponente por fazer insinuações sem ter coragem de inquiri-lo diretamente. Uma tentativa de contenção dos danos por um deslize que um homem público sabe que pode ter conseqüências. Essa era uma carta previsível, diante do festival de baixarias que vem dominando esta campanha, e já fora jogada na véspera quando o ex-presidente Lula, num palanque onde estava cercado dos Barbalho – ele tem uma dívida qualquer com o chefe do clã, Jader, cuja mão beijou em outras campanhas- disse que uma pessoa que se recusa a soprar o bafômetro não pode ser presidente da República.
Logo Lula, que já foi acusado por uma reportagem do New York Times de ser um presidente bêbado, ocasião em que foi defendido por diversos políticos, e recebeu a solidariedade generalizada. Escrevi na ocasião que não havia nenhuma indicação de que o hábito de beber impedisse o presidente de governar, o que tornava leviana a reportagem cheia de insinuações.
Mesmo sem entrar no mérito de quem tem mais razão ou culpa no cartório, é espantoso que um político que já foi vítima das piores atrocidades, como a que o hoje seu aliado Fernando Collor de Mello fez na campanha de 1989, possa se utilizar de métodos semelhantes na ânsia de derrotar seu adversário.
Collor colocou no ar a mãe de Lurian, filha de Lula, para acusá-lo de tê-la obrigado a fazer aborto, uma baixaria que entrou para a história política negativa brasileira. O estrago foi grande na ocasião e desestabilizou Lula para o resto da campanha. O candidato Aécio Neves aparentemente reagiu ao ataque baixo com tranqüilidade, lembrando que Dilma usava os mesmos métodos que Collor utilizara contra a família de Lula.
O contra ataque sobre o nepotismo, apontando que Igor Rousseff, irmão da presidente, era funcionário fantasma na gestão de Fernando Pimentel na prefeitura de Belo Horizonte, num caso típico de nepotismo cruzado, foi feito pedindo desculpas por baixar o nível, querendo ressaltar que Dilma procurara atingir sua família.
Uma manobra diversionista para marcar no eleitor a idéia de que ele queria discutir programas de governo, mas Dilma levava a discussão para o embate pessoal. Aécio ressaltou isso várias vezes no debate. Explicando que sua irmã Andrea trabalhou no governo de Minas como voluntária não assalariada, no papel que poderia ser exercido pela primeira-dama, que não havia, pois era solteiro na ocasião, neutralizou um dos principais ataques de Dilma.
É claro a esta altura que a campanha, que tem tido um nível muito baixo, com acusações mútuas, não mudará de tom até as urnas a 26 de outubro. Os dois candidatos se encontram em empate técnico, e o PT demonstra, por gestos e atitudes, que não pretende abrir mão de seu projeto maior de poder assim facilmente. O desespero revelado pelo uso desmedido de ataques pessoais demonstra que a campana de Dilma tenta reverter uma derrota. Ontem, perdeu claramente a disputa. A seu desfavor, uma crise econômica que só faz se agravar, uma crise política que apenas começou, e que terá desdobramentos institucionais seriíssimos nos primeiros anos do futuro governo, e um governo precário, com resultados econômicos pífios.
Dilma agarra-se à única tábua de salvação, que é o nível baixo de desemprego, que desaparecerá brevemente com a continuidade da crise econômica. Se conseguir se reeleger em outubro, estará deixando para si uma herança maldita que fará com que os seus eleitores se decepcionem rapidamente do voto que deram.
Qualquer dos dois que se eleja, porém, terá que enfrentar uma crise econômica e política com um país literalmente dividido, especialmente depois de uma campanha devastadora como essa. Tarefa para quem tem capacidade de negociação e espírito público.
O candidato Aécio Neves teve a única reação possível, disse que se arrependia de ter se recusado a soprar o bafômetro, e elogiou a Lei Seca. Mas encarou com altivez a adversidade, criticando sua oponente por fazer insinuações sem ter coragem de inquiri-lo diretamente. Uma tentativa de contenção dos danos por um deslize que um homem público sabe que pode ter conseqüências. Essa era uma carta previsível, diante do festival de baixarias que vem dominando esta campanha, e já fora jogada na véspera quando o ex-presidente Lula, num palanque onde estava cercado dos Barbalho – ele tem uma dívida qualquer com o chefe do clã, Jader, cuja mão beijou em outras campanhas- disse que uma pessoa que se recusa a soprar o bafômetro não pode ser presidente da República.
Logo Lula, que já foi acusado por uma reportagem do New York Times de ser um presidente bêbado, ocasião em que foi defendido por diversos políticos, e recebeu a solidariedade generalizada. Escrevi na ocasião que não havia nenhuma indicação de que o hábito de beber impedisse o presidente de governar, o que tornava leviana a reportagem cheia de insinuações.
Mesmo sem entrar no mérito de quem tem mais razão ou culpa no cartório, é espantoso que um político que já foi vítima das piores atrocidades, como a que o hoje seu aliado Fernando Collor de Mello fez na campanha de 1989, possa se utilizar de métodos semelhantes na ânsia de derrotar seu adversário.
Collor colocou no ar a mãe de Lurian, filha de Lula, para acusá-lo de tê-la obrigado a fazer aborto, uma baixaria que entrou para a história política negativa brasileira. O estrago foi grande na ocasião e desestabilizou Lula para o resto da campanha. O candidato Aécio Neves aparentemente reagiu ao ataque baixo com tranqüilidade, lembrando que Dilma usava os mesmos métodos que Collor utilizara contra a família de Lula.
O contra ataque sobre o nepotismo, apontando que Igor Rousseff, irmão da presidente, era funcionário fantasma na gestão de Fernando Pimentel na prefeitura de Belo Horizonte, num caso típico de nepotismo cruzado, foi feito pedindo desculpas por baixar o nível, querendo ressaltar que Dilma procurara atingir sua família.
Uma manobra diversionista para marcar no eleitor a idéia de que ele queria discutir programas de governo, mas Dilma levava a discussão para o embate pessoal. Aécio ressaltou isso várias vezes no debate. Explicando que sua irmã Andrea trabalhou no governo de Minas como voluntária não assalariada, no papel que poderia ser exercido pela primeira-dama, que não havia, pois era solteiro na ocasião, neutralizou um dos principais ataques de Dilma.
É claro a esta altura que a campanha, que tem tido um nível muito baixo, com acusações mútuas, não mudará de tom até as urnas a 26 de outubro. Os dois candidatos se encontram em empate técnico, e o PT demonstra, por gestos e atitudes, que não pretende abrir mão de seu projeto maior de poder assim facilmente. O desespero revelado pelo uso desmedido de ataques pessoais demonstra que a campana de Dilma tenta reverter uma derrota. Ontem, perdeu claramente a disputa. A seu desfavor, uma crise econômica que só faz se agravar, uma crise política que apenas começou, e que terá desdobramentos institucionais seriíssimos nos primeiros anos do futuro governo, e um governo precário, com resultados econômicos pífios.
Dilma agarra-se à única tábua de salvação, que é o nível baixo de desemprego, que desaparecerá brevemente com a continuidade da crise econômica. Se conseguir se reeleger em outubro, estará deixando para si uma herança maldita que fará com que os seus eleitores se decepcionem rapidamente do voto que deram.
Qualquer dos dois que se eleja, porém, terá que enfrentar uma crise econômica e política com um país literalmente dividido, especialmente depois de uma campanha devastadora como essa. Tarefa para quem tem capacidade de negociação e espírito público.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Pólvora e Capitalismo
Pólvora e Capitalismo
O Oriente criou a pólvora, e o Ocidente a aprimorou;
O Oriente criou a pólvora, e o Ocidente a aprimorou;
o capitalismo é do Ocidente, mas é a Ásia que o
redefine
Por Marcos Troyjo
Está em curso uma maciça migração do eixo dinâmico do capitalismo global para o Oriente.
A percepção é tanto mais forte quando analisamos as conclusões recentes do FMI quanto ao PIB chinês mensurado pela paridade do poder de compra (PPP). Tal critério leva em conta a estrutura relativa de preços e custos de cada país.
Está em curso uma maciça migração do eixo dinâmico do capitalismo global para o Oriente.
A percepção é tanto mais forte quando analisamos as conclusões recentes do FMI quanto ao PIB chinês mensurado pela paridade do poder de compra (PPP). Tal critério leva em conta a estrutura relativa de preços e custos de cada país.
Por tal medida, a China chega em 2014 a US$ 17,6 trilhões e ultrapassa o PIB dos EUA. Torna-se a maior economia do mundo.
Em termos da riqueza em dólares correntes, a China ainda levará uma década para alcançar a economia norte-americana se crescer 7% anuais. Hoje, com um PIB nominal de US$ 10 trilhões, a China contribuirá com US$ 750 bilhões ao produto global. Como o PIB mundial é de US$ 75 trilhões, e sua fatia representa apenas 14% desse bolo, a China contribui com 33% do crescimento econômico do planeta.
Os países emergentes já são responsáveis por 58% da produção global -- e a maior parte disso vem da Ásia. O Japão foi pioneiro nesse processo. Coreia do Sul, Taiwan e Cingapura vieram logo a seguir.
O novo meridiano geoeconômico da Ásia passa por Pequim. Os efeitos colaterais da pujança chinesa são sentidos em toda sua vizinhança. A Indonésia, que cada vez mais recebe investimentos chineses, cresce 6% ao ano há uma década.
Muitos acreditam que a explicação da arremetida asiática foi a presença de governos autoritários em algum momento desses últimos sessenta anos. A chave da ascensão, contudo, foi adotar modelo de desenvolvimento de "nações-comerciantes". Essa estratégia conjugou planejamento de longo prazo e um verdadeiro choque de capitalismo.
Todo esforço de poupança, investimento e política industrial foi voltado à promoção de exportações aos principais mercados compradores do mundo. E tudo com parâmetros de desempenho e prazo de validade.
Na América Latina, ao contrário, a política industrial pautou-se pela substituição de importações. Resultado: protecionismo comercial e a consolidação de oligopólios centrados no mercado interno. No caso brasileiro, a Embraer e o agronegócio, competitivos globalmente, são honrosas exceções.
Hoje, o grande desafio do capitalismo na Ásia passa pelo crescimento da Índia. Os sinais são entusiasmantes na agenda econômica. O premiê, Narendra Modi, implementa reformas desburocratizantes. Corre o mundo para divulgar o seu programa "Make in India", voltado à atração de plantas industriais. Ao fazê-lo, mostra diagnóstico e ação antenados com o encarecimento dos custos de produção na China.
Modi tenta impedir a migração para América Latina e África de capitais produtivos hoje alocados em território chinês. Quer fazer de seu país o novo parque industrial da Ásia. Se a Índia engatar crescimento sustentado mediante maior interação com a economia global, a balança do mundo emergente penderá ainda mais para a Ásia.
A pólvora foi inventada no Oriente, pelos chineses. O Ocidente a aprimorou. O capitalismo pode ter sido criado no Ocidente, mas é a Ásia que o está redefinindo.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Investimento e modernização aliados à alta gastronomia
Chefe
Gilberto Belarmino
Com a proposta de encantar o cliente e ter excelência no serviço oferecido, o BacCo Bar & Restaurante, do Victory Business Hotel, de Juiz de Fora, inovou com muita qualidade a alta gastronomia. Um chefe executivo de gabarito, que já passou pelas principais redes de hotéis do Brasil e com experiência internacional, foi contratado. Depois de apenas um mês, a vinda de Gilberto Belarmino já apresentou resultados fantásticos. Com buffet bem apresentado e interação com os clientes, o novo chef está fazendo a diferença não só dentro da cozinha, mas em todo o restaurante.
O que se tem a oferecer é realmente uma proposta
de nível elevado e de muita qualidade através do espaço
privilegiado aliado à alta gastronomia e com preço justo. Essa é a
nova realidade do BacCo. A modernização teve início com a
contratação do novo gerente, que tem vasta experiência na rede
hoteleira, Washington Souza, e que decidiu investir nas
mudanças, começando com a alta gastronomia. O chef Belarmino tem 39
anos de experiência e sempre trabalhou em hotéis de luxo e
restaurantes finos em várias cidades do Brasil e países como Itália
e Angola. Gilberto também já teve uma experiência na Ilha de Caras
ao fazer um churrasco para a modelo Gisele Bündchen e sua família,
na edição comemorativa de 10 anos da revista. Na época, Gilberto
chefiava os restaurantes de uma rede de churrascaria.
Com especialidade em cozinha francesa, italiana e
brasileira, Gilberto afirma que está tudo muito viável no
BacCo.“Com a minha experiência, já vi que temos público,
instalações, hotelaria e a visão da empresa de fazer um grande
trabalho com gastronomia aqui no hotel. Já recebi muitos elogios dos
clientes”, declara. Gilberto pretende também incrementar o
cardápio e trabalhar com àla carte à noite e incluir comida
japonesa.
Gilberto, que tem pensamento jovem, garante que
não pensa em parar com seu trabalho na gastronomia. “O que encanta
mais é que não tem rotina, cada dia é uma novidade. Quero
continuar na gastronomia até sempre.”
As modernizações não param por aí. Todos os
colaboradores e toda a administração do BacCo Bar &
Restaurante e Victory Business Hotel& Eventos estão
envolvidos com o novo trabalho e passaram por uma série de
treinamentos chamados “onthejob”. Novos materiais da cozinha e
salão foram adquiridos e um maître qualificado com experiência na
Inglaterra e Itália foi contratado para trabalhar à noite. Além
dos serviços oferecidos no restaurante, o BacCo ainda atua nos
projetos e nas execuções de eventos sociais, como casamentos,
formaturas e aniversários, além de atendimentos empresariais.
Essa é a proposta do Victory Business Hotel&
Eventos e do BacCo Bar & Restaurante: buscar,
incansavelmente, a excelência na qualidade do atendimento para muito
além da hospedagem e alta gastronomia.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Ganhando na loteria
Para o Yahoo, o IPO do Alibaba foi como ganhar na
loteria.
O Yahoo era dono de 524 milhões de ações do
Alibaba, vendeu 120 milhões e ainda tem 16,3% da empresa chinesa.
Quando os investidores analisam as ações do
Yahoo com uma metodologia chamada “soma das partes”, eles vêem o
seguinte:
O Yahoo vale hoje 40,7 bilhões de dólares, de
acordo com o preço de fechamento de sexta-feira na Bolsa Nasdaq.
O que está embutido neste preço?
1) O caixa que o Yahoo vai receber pela venda de
suas ações do Alibaba no IPO: 10,5 bilhões de dólares.
2) A participação de 35% que o Yahoo tem no
“Yahoo Japan”. Se fosse vendida a preços de mercado, essa
participação valeria 5 bilhões de dólares. (A conta, feita pelo
site americano Business Insider, já é líquida dos impostos que o
Yahoo teria que pagar na venda.)
3) O Yahoo ainda tem 401 milhões de ações do
Alibaba, que valem cerca de 25 bilhões de dólares, depois de pagar
impostos na venda (e assumindo que a ação do Alibaba negocia a
US$90 na Bolsa. A
ação fechou a US$93,89 na sexta-feira, o primeiro dia de
negociação).
Detalhe: alguns analistas acham que o Yahoo
conseguiria evitar pagar impostos se esperar um ano para vender as
ações, fizer a venda em Hong Kong e mantiver o dinheiro na Ásia,
sem repatriar o dinheiro para os EUA. Neste cenário mais
‘agressivo’, a participação valeria 35 bilhões de dólares…
Como a soma dos fatores acima dá 40,5 bilhões de
dólares, e o Yahoo vale, na Bolsa, 40,7 bilhões, isso quer dizer
que o mercado atribui um valor de quase zero ao negócio do Yahoo,
que, assim como o Google, é um negócio de busca e publicidade.
O
negócio de publicidade do Yahoo tem uma geração de caixa (EBITDA)
de cerca de 1 bilhão de dólares por ano.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Olhando para a frente
Olhando para a frente
Por Fersen Lambranho *
De acordo com a sabedoria oriental, quem não
aprende com o passado, comete os mesmos erros no presente e
compromete o futuro.
Em 1980, logo após ser eleito, Ronald Reagan
dirigiu as seguintes palavras à nação americana, palavras estas
que poderiam fazer parte do discurso de posse de qualquer um dos
nossos atuais candidatos a presidente da República: "Temos que
agir ousada, decisiva e rapidamente a fim de controlar o crescimento
desmedido dos gastos federais, eliminar os desincentivos fiscais que
estrangulam a economia e reformar a teia regulamentadora que a
sufoca.
Temos que manter a taxa de crescimento dos gastos
governamentais em níveis razoáveis e prudentes.
Temos que reduzir as taxas incidentes sobre a
renda pessoal, acelerar e simplificar de modo ordenado e sistemático
as taxas de depreciação, a fim de remover os desincentivos ao
trabalho, à poupança, aos investimentos e à produtividade.
Temos que rever os regulamentos que afetam a
economia e mudá-los de maneira a estimular o crescimento.
Precisamos instituir uma política monetária
estável, válida e previsível".
A este discurso, eu acrescentaria os ensinamentos
de Milton e Rose Friedman, descritos no excelente livro "Tirania
do Status Quo": "Um novo governo dispõe de seis a nove
meses a fim de produzir novas mudanças. Se não aproveitar a
oportunidade e agir decisivamente nesse período, não terá outra
igual. As mudanças adicionais virão apenas lentamente, ou não
virão em absoluto, e contra-ataques serão desfechados contra as
mudanças iniciais. As forças políticas temporariamente derrotadas
reagrupam as suas hostes e tendem a mobilizar todos os que foram
prejudicados pelas mudanças, enquanto os proponentes destas tendem
a relaxar após as primeiras vitórias".
Quem vier por aí, com a legitimidade de milhões
de votos, terá de arrumar a casa e repensar o país, de modo a
reinseri-lo na nova fase de reglobalização, uma vez que a
globalização se encerrou com a crise de 2008. Usando uma linguagem
bem simples, utilizada na indústria automobilística, em vez dos
Brics 1.0 - Brasil, Rússia, Índia e China -, temos agora os Brics
2.0 com a inclusão da África do Sul.
A questão ideológica está em extinção e só
persiste no bolivarianismo anacrônico de alguns dos nossos vizinhos
- os que estão em pior situação econômica, por sinal. Os acordos
no mundo atual passam a ser feitos por interesses econômicos
pontuais, tais como Estados Unidos-Europa; Moscou-Pequim;
Transpacífico: Estados Unidos- México-Colômbia-Peru-Chile e
Austrália etc. Os blocos que congregam as nações
independentemente de suas ideologias é que se tornaram atores
relevantes. As Organização nas Nações Unidas (ONU) e a
Organização Mundial do Comércio (OMC) passaram a ter uma
importância relativa.
Embora a China tenha desacelerado o seu
crescimento, 7,5% sobre US$ 9 trilhões ainda constitui uma montanha
de dinheiro. Neste ritmo, a China ultrapassa os Estados Unidos até
2023. Isto só aconteceu no século XIX, em 1871, quando os Estados
Unidos tomaram o lugar da Inglaterra como maior potência mundial e,
antes disso, no século XVII, no momento em que a Inglaterra superou
a China no comércio internacional. Portanto, estamos assistindo ao
início de um longo ciclo.
Neste novo mundo, o Brasil não pode continuar a
ter uma economia tímida e fechada. No grupo que reúne as
principais nações ricas e emergentes, o nosso país é onde o
comercio internacional tem menor relevância para a economia.
Exportações e importações somadas em relação ao PIB, temos um
percentual de 21% contra 87% da Coreia do Sul, 63% do México, 34%
da Austrália e 25% da Argentina. É muito pouco!
No índice de liberdade econômica medido pela
Heritage Foundation (centro de pesquisa com sede em Washington), que
toma como base de aferição o direito de propriedade, os gastos do
governo, o nível de corrupção, o sistema tributário, as regras
do mercado de trabalho, a legislação sobre o fluxo de capital e a
abertura comercial de 185 países, numa escala de zero a cem, o
Brasil aparece com o índice de 56,9, contra 90,1 de Hong Kong; 89,4
de Singapura; 82 da Austrália; 81,2 da Nova Zelândia; 75,5 dos
Estados Unidos e 74,9 do Reino Unido.
Seja quem for o eleito, torna-se imprescindível
acabar com a alergia ao liberalismo. Ao lado de corrigir-se rumos da
economia, é necessário reparar erros do passado, quando se deixou
de investir de maneira necessária na educação, saúde e
segurança, justamente os problemas que os brasileiros, ricos e
pobres, apontam como os maiores responsáveis pela nossa imensa
dívida social, que vem desde os tempos coloniais.
Somente assim poderemos atrair um fluxo contínuo
de capital. Num primeiro momento, atitudes macroeconômicas, apesar
de necessárias, atraem recursos de curto prazo. Porém, o que
precisamos são políticas permanentes de Estado, que sejam seguidas
por um programa de ação ininterrupta de governo por longos
períodos e por seguidos mandatos, a fim de transmitir à comunidade
de negócios internacional e aos formadores de opinião uma visão
séria e perene do nosso país.
* Fersen Lambranho é engenheiro com
mestrado na UFRJ, empresário e chairman da GP Investments.
FONTE: Valor Econômico S.A.
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