quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A população tem que saber a verdade


Vale a pena ler com atenção o texto abaixo, de autoria do Dr. Jorge Baldi, Ex-Diretor do Hospital Universitário da UFJF  
É necessário esclarecer que ainda não existe o “Novo HU”, embora a anterior reitoria da UFJF, na época, tenha divulgado, e às vezes até hoje divulgue, que se tratava de um novo “Hospital Universitário”. Na realidade, o chamado Centro de Atenção à Saúde (CAS), construído entre 2003 e 2006 no bairro Dom Bosco, era e ainda é apenas uma “unidade ambulatorial e diagnóstica” do antigo Hospital Universitário, com sede no bairro Santa Catarina.
No CAS há somente dois módulos, um de ambulatório (consultas) e um de diagnósticos (exames), e assim lá não há centro cirúrgico para cirurgias complexas, mas apenas pequenas cirurgias que não requerem internação; não há enfermarias com leitos para internação, mas somente alguns leitos para internações breves de no máximo doze horas; e lá também não há maternidade. Enfim, o CAS não é um hospital, e sim uma unidade ainda vinculada ao antigo HU.
A construção do CAS deve-se, primeiramente, a uma iniciativa da Fundação de Apoio ao Hospital Universitário (FHU). A FHU é uma entidade sem fins lucrativos criada em 1996 para dar suporte e angariar apoio ao Hospital da UFJF, e, no final de 2001, ela (e não a UFJF) apresentou o projeto do CAS que foi aprovado pelo Ministério da Saúde (MS), sedo assim celebrado o Convênio 3219/2001 entre a União (MS) e a FHU, no valor total de R$7.860.000,00, destinado às obras de terraplenagem, infraestrutura (fundações) e supraestrutura (pilares, vigas e lajes) dos dois prédios.
Os recursos financeiros para a construção do verdadeiro “Novo HU”, na ordem de R$160.000.000,00, só foram conseguidos recentemente, já no reitorado do professor Henrique Duque, e terá um total de 11 (onze) prédios, incluindo 10 andares de enfermarias, com 350 leitos, centro cirúrgico para procedimentos de alta complexidade, centro de transplantes, centro de queimados, vários leitos de UTIs (adulto e infantil), maternidade, centro de parto normal e estações de tratamento de efluentes e de águas para reuso.
Quanto à “ausência de comprovação de despesas da ordem de R$7.893.595,12”, referentes à construção do CAS, deve ser esclarecido que esta acusação foi feita pela Procuradoria da República (Ministério Público Federal) exclusivamente em relação ao mencionado segundo convênio, exatamente o Convênio 116/2003, o que foi celebrado entre o Ministério da Saúde e a UFJF, com o qual a Fundação do HU nada tem a ver.
A Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa (conjugada com Ação de Ressarcimento ao Erário) foi movida pelos Procuradores da República com base numa auditoria realizada pelo Departamento de Auditoria do SUS (DENASUS), um órgão técnico vinculado ao Ministério da Saúde, e nessa auditoria concluiu-se que não houve a comprovação de despesas no valor total, a rigor, de R$8.022.122,12, sendo R$7.893.595,12 devido a ausência de notas fiscais, e o restante devido à emissão de notas fiscais “frias” (isto é, notas falsas) – sendo que esta imputação é feita exclusivamente à ex-Reitora Maria Margarida Martins Salomão, à empresa RDR Engenharia Ltda., a empresa Pan American Distribuidora Ltda. (que comercializa “lingeries”) e a empresa RM Lucas (que, segundo os Procuradores da República, é uma “empresa-fantasma” e que não foi encontrada, tendo que ser notificada por edital).
Aliás, a empresa Pan American, em sua defesa prévia no processo, afirmou que jamais vendeu qualquer material nem prestou serviço algum à Universidade, para a qual nunca chegou a emitir qualquer nota fiscal, alegando ainda o seguinte:
“Uma empresa que representava uma fabricante de persianas, sem nunca ter emitido uma só Nota Fiscal diretamente, que se transformou em uma empresa que comercializava lingeries, encerrando suas atividades por ausência de movimentação contábil e financeira, teria qual relação jurídica válida e regular com a UFJF, na época da Reitora Maria Margarida Salomão?”.
A acusação feita pelo DENASUS e pela Procuradoria da República, de ausência de comprovação de despesas, que são da ordem de R$8.022.122,12, referentes à construção do CAS (unidade ainda do HU antigo e que será futuramente integrada ao Novo HU, agora em construção), não se refere ao primeiro Convênio, nº 3219/2001, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Fundação do HU – mas se referem, exclusivamente, ao segundo Convênio, nº 116/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), à época administrada pela ex-reitora Margarida Salomão, e portanto esta pergunta deve ser feita somente a ela.
Aliás, exatamente por isso, na Ação da Procuradoria da República, o pedido de ressarcimento ao Erário do valor total de cerca de oito milhões de reais foi feito exclusivamente em relação à ré Margarida Salomão e às três empresas também rés (mas não em relação à Fundação do Hu ou a quaisquer de seus gestores), como se pode constatar na folha 41, último parágrafo, folha 42 e folha 43, primeiro parágrafo, da petição inicial do processo. 
Parte do texto da carta enviada ao jornal Tribuna de Minas, pelo Dr. Jorge Baldi, Médico, Professor Aposentado e Ex-Diretor do Hospital Universitário da UFJF
Ex-Presidente da Fundação de Apoio ao Hospital Universitário
Em tempo:
Em nome da transparência e para o fim do pleno esclarecimento dos fatos, o Dr. Jorge Baldi encaminhou cópia da presente carta para:
a) à atual Presidência do Conselho diretor da Fundação do HU;
b) à atual Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora;
c) ao Ministério Público Federal; e
d) à Justiça Federal.
 

 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Censura

Para o seu próprio sossego pessoal, o ex-presidente Lula, seus fãs mais extremados e os chefes do PT deveriam pôr na cabeça, o mais rápido possível, um fato que está acima de qualquer discussão: só existe um meio que realmente funciona, não mais que um, para governos mandarem na imprensa, e esse meio se chama censura. Infelizmente para todos eles, essa é uma arma de uso privativo das ditaduras — e nem Lula, nem o PT, nem os “movimentos sociais” que imaginam comandar têm qualquer possibilidade concreta de criar uma ditadura no Brasil de hoje. Podem, no fundo da alma, namorar a ideia. Mas não podem, na vida real, casar com ela. Só perdem seu tempo, portanto, e se estressam à toa quando ficam falando que a mídia brasileira é um lixo a serviço das “elites”; há dez anos não mudam de ideia e não mudam de assunto. Bobagem. O que querem mesmo é impedir que esta revista (Veja), por exemplo, publique reportagens como a matéria de capa de sua última edição, com as declarações de Marcos Valério sobre o envolvimento direto de Lula no mensalão. Ficam quietos porque têm medo de que sejam publicadas as fitas gravadas com tudo aquilo que ele disse, e as coisas piorem ainda mais. Mas o seu único objetivo real é este: eliminar as informações que desejam esconder.
Até agora, o plano mais ambicioso que lhes ocorreu para chegar aonde querem foi propor algo que chamam de “controle social” da mídia: não conseguem explicar bem o que seria isso na prática, mas nem é preciso que expliquem. O problema do PT, nessa história toda, é simples: “controle social” é algo que não existe no mundo dos fatos. Na vida como ela é, só têm controle verdadeiro sobre um órgão de imprensa os seus proprietários ou, então, o departamento de censura. Todo o resto é pura tapeação. Mas é isso, exatamente, que o PT propõe. Já foi feita, de 2003 para cá, uma boa meia dúzia de tentativas para armar o tal controle, primeiro com projetos de lei que morreram antes de nascer, depois com “audiências públicas” e outras esquisitices. Não saiu, até agora, um único coelho desse mato.
Falou-se também da “mobilização de setores populares” para pressionar a mídia, mas não se conseguiu mobilizar ninguém. Manifestações de massa, para o PT de hoje, exigem ônibus fretados, lanches grátis, patrocínio de alguma estatal — e, francamente, não é assim que se faz uma revolução. Muito dinheiro do Erário tem sido gasto na compra do apoio de uma parte da imprensa, através de verbas publicitárias e outros tipos de ajuda: o problema, aí, é que o governo não consegue comprar os veículos que têm mais público. Foram criadas, também, brigadas de “blogueiros” que recebem uma espécie de “mensalinho” para falar a favor do governo e contra quem faz críticas a ele; ninguém parece prestar atenção no que dizem.
Inventou-se, ainda, uma “TV Brasil”, emissora que serve para apoiar as autoridades e é sustentada com dinheiro público em estado puro. Em cinco anos de funcionamento, sua audiência continua vizinha do zero; a esta altura, talvez tenha mais funcionários do que telespectadores. A questão, em todos esses casos, é que imprensa a favor não adianta nada — o que interessa a quem manda é não ter imprensa contra. Elogios não salvaram uma única cabeça, entre os doze ministros que a presidente Dilma Rousseff botou na rua até agora, nos casos em que foram denunciados por corrupção no noticiário. Não têm resolvido nada no julgamento do mensalão, também revelado integralmente pelo trabalho da imprensa; o STF vem sendo o flagelo de Deus para os réus, triturados um após o outro com sentenças de condenação.
Ditaduras entendem muito bem como se controla a imprensa. Não desejam aplausos: a única coisa que lhes importa é cortar tudo aquilo que não querem que seja publicado. Não podendo fazer isso, o PT fica na gritaria. Ainda há pouco, o presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão, disse que a “mídia conservadora” é instrumento de uma “elite suja e reacionária”, e fez uma ameaça: “Não mexam com o PT”. E se mexerem — ele vai fazer o quê? As coisas que o deputado diz não chegam a obter a nota mínima necessária para ser levadas a sério: não há exemplo na história de situações em que a imprensa tenha mudado de linha por causa de discurseira desse tipo, ameaças vazias ou “pressões da sociedade”. Veículos independentes não têm medo de insultos, “setores populares” ou líderes políticos com popularidade de 80%; o que lhes quebra a espinha é a força armada, e só ela. É melhor, então, o PT segurar a ansiedade.
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Não dá para entender

Não dá para entender  a mudança radical no comportamento do ex-prefeito Raymundo Tarcísio Delgado que sempre exigiu de si próprio e dos demais companheiros de sigla o principio da fidelidade partidária, acatando as decisões dos seus diretórios, fossem municipais, estaduais ou nacionais. Aliás, esta foi a justificativa que ele sempre apresentou por não ter, no ano de 1986, apoiado o ex-presidente Itamar Franco quando de sua candidatura ao governo de Minas Gerais e esforçou-se  incansavelmente para eleição de Newton Cardoso um dos políticos mais corruptos da história de Minas Gerais.

 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Grupo Brasilinvest e Grupo Sorgente uniram-se para criar joint-venture

 
O Grupo Sorgente, banco especializado em fundos imobiliários, que gere mais de 15 bilhões de reais em ativos imobiliários na Europa e nos Estados Unidos e o Grupo Brasilinvest, a primeira agência privada de negócios e investimentos do Brasil, uniram-se para criar uma joint-venture empresarial objetivando investir mais de 1 bilhão de dólares no mercado imobiliário brasileiro.
A joint-venture resultou em duas empresas:
-       Sorgente do Brasil Asset Management LTDA que vai utilizar a experiência do Grupo Sorgente e será responsável por lançar fundos de investimento, sujeitos à vigilância das autoridades brasileiras, que focarão na compra de ativos de landmark buildings, edifícios históricos e conhecidos nas cidades brasileiras.
-       Sorgente Brasilinvest Empreendimentos Imobiliários S.A. que vai fornecer serviço imobiliários para apoiar os fundos administrados pela Sorgente do Brasil Asset Management LTDA com o foco em maximizar o retorno dos investidores. 
Devido à substancial e constante taxa de crescimento econômico, o Grupo Sorgente identificou o Brasil como um país de interesse pela perspectiva do investimento imobiliário. De início, o investimento alvo das novas companhias é de 500 milhões de dólares, que devem ser levantados com investidores brasileiros e investidores internacionais com interesse no Brasil; por meio de uma alavanca financeira de mais de 50% do portfólio, a iniciativa deverá chegar a um valor total de US$ 1 bilhão.  Valter Mainetti, CEO do grupo Sorgente, declarou que pretende oferecer aos seus investidores uma oportunidade de ganhar exposição no mercado brasileiro que, em sua visão, está se beneficiando de um sistema político e institucional bem desenvolvido e de um cenário de estabilidade.
 
  
Mario Garnero, presidente do Grupo Brasilinvest
 
Mario Garnero enfatiza a importância da parceria: “A estabilidade brasileira está atraindo os mais importantes grupos do mundo para unir esforços com empresas locais para que, juntos, possam criar oportunidades de negócios. O Grupo Sorgente é aclamado como uma entidade de primeira classe e nós estamos extremamente felizes em participar em base igualitária nesse novo empreendimento, que vai trazer expertise, capital e tradição para somar com o já reconhecido trabalho do Grupo Brasilinvest nos mercados nacional e internacional”.
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A inveja infantil improdutiva

Por Luiz Felipe Pondé, Folha de SP

 


A relação de grande parte da nossa mídia e dos intelectuais locais com os Estados Unidos continua sendo a de uma inveja infantil improdutiva, uma síndrome que podemos chamar de "I. I. I. Adição". Psiquiatras brasileiros poderão descrevê-la no futuro, caso eles mesmos não sofram da síndrome de inveja infantil improdutiva. E, como toda síndrome infantil, é primitiva e quase incurável.

Agora, com a eleição nos EUA, de novo, a síndrome se mostra na ridícula parcialidade da maior parte da cobertura e análises (se podemos chamar "gritos da torcida" de análise). A torcida grita: Obama é a prova de que homens criados por mulheres fortes e independentes produzem homens melhores (na realidade, homens com medo das mulheres...), Obama é a cura para a doença (a crise econômica) que assolou os EUA porque ele não representa os milionários e esses são malvados... risadas...

As "cheerleaders" gritam: os republicanos são obviamente idiotas que representam velhos caquéticos brancos que não representam a população americana (apesar de os republicanos terem o controle da Câmara de Deputados e de vários Estados). Pesquisas apontam que, em anos, o partido estará morto porque esses caquéticos terão morrido (pouco importa se grande parte dessas pesquisas são feitas pelos próprios liberais, "esquerda americana", e de existirem mulheres, negros e hispânicos mesmo entre candidatos no Partido Republicano).

Não acredito em causas ideológicas para as ideias políticas, mas sim em causas mais primitivas e da ordem da tara: a base da crítica aos EUA é a simples inveja de que eles são mais ricos.

A figura do Obama (fraco, populista e marqueteiro) é tudo a que a inveja nacional para com os Estados Unidos precisa: um negro, portanto vítima, que queria que os Estados Unidos fossem a Suécia.

Exagero. Obama não queria isso, mas nossos invejosos é que queriam que ele quisesse. Ele apenas discursa para liberais americanos (que nunca tiveram que lidar com uma folha de pagamento) que desdenham o fato de que os EUA são o único país do mundo com enorme população e de história bastante "jovem" a ser rico devido a própria capacidade de sua população produzir riqueza.

A Europa ocidental, com seu Estado de bem-estar social, está falida, inclusive por causa desse. Países como Suécia têm uma população de mil habitantes (trata-se de uma ironia, aviso aos especialistas em população da Suécia). Mas, ainda assim falida, essa Europa claudicante é o modelo que os invejosos tupis têm na cabeça e adoram o Obama porque pensam que ele seja um paladino de fazer os Estados Unidos virar a Suécia.

Ele inchou a máquina de impostos americana com sua versão INSS do Medicare. Os americanos não gostam de pagar a conta alheia, e têm razão de não gostarem. E perdeu de cara seu primeiro teste quando perdeu a maioria na Câmara de Deputados dois anos depois de eleito.

Prometeu fechar Guantánamo (a base americana em Cuba na qual são "interrogados" suspeitos de terrorismo) quando sabia que a segurança americana não podia se dar ao luxo de fazer isso.

Coitado, mas grande parte de sua torcida tupi pensa como membros de centro acadêmico, ou seja, tem uma visão infantil da política e da geopolítica de segurança, ainda que passem por humilhações contínuas nos aeroportos por conta da segurança dos voos, inclusive quando vão para os EUA comprar tênis e iPads baratos, ainda que falem mal dos Estados Unidos.

A Fox News é acusada de ser descaradamente pró-Partido Republicano. O que é verdade. Mas até aí, como chamarmos a torcida desvairada do restante da mídia pelos democratas? Sempre que se fala do Partido Republicano, logo após vem expressões como "homens brancos", "velhos", "milionários", "não havia mulheres, afro-americanos ou hispânicos". As "cheerleaders" tupis se referem ao elefante branco do Medicare do Obama como "avanço nos direitos sociais" destruído pelos republicanos.

Os americanos fizeram o país mais rico do mundo num curto espaço de tempo sem ficar gemendo ou culpando os outros ou pedindo "Bolsa Família". Em vez de babar de inveja dos Estados Unidos, deveríamos aprender com eles.