(o choro é livre nos
comentários, mudar de ideia é para inteligentes e o aplauso também
é livre)
Por Flávio Augusto da Silva (Geração de Valor)
Na década de 90, caiu o monopólio estatal das
telecomunicações. Antes disso, não existia oferta de linhas
telefônicas e para ter uma, existia um mercado paralelo, operado por
funcionários da estatal e políticos que cobravam 4000 dólares para
alguém conseguir ter um telefone. Existiam também pessoas que
tinham mais de 100 linhas e viviam de aluguel dessas linhas para
empresas e residências. Nessa época, ter uma linha telefônica era
coisas de rico.
Neste mesmo período, eu morei num outro país da
América do Sul, a Venezuela, que vivia um momento de prosperidade
quando Chaves ainda estava preso por uma tentativa de golpe armado.
Não pude acreditar quando vivi neste país e, além de telefone em
casa, eu comprei um telefone celular, coisa que nem existia no Brasil
nesta ocasião.
Com a privatização dos serviços de
telecomunicação no Brasil tudo mudou. Várias empresas vieram para
o Brasil e, com a concorrência entre elas e o desejo de conquistar o
mercado, a oferta de linhas telefônicas, antes retida pela corrupção
na estatal, aumentou, dando a todos, como hoje, o acesso ao serviço
telefônico. Além disso, o Estado passou a arrecadar milhões em
impostos num setor que antes, dava muitos prejuízo aos cofres
públicos e lucro para os corruptos.
Para que servia então a estatal de
telecomunicação antes da privatização?
Servia para negociatas políticas com os cargos de
confiança dentro da estatal, o famoso toma-lá-dá-cá, bem como
para dar privilégios a funcionários públicos que vendiam ou
alugava linhas telefônicas por terem acesso privilegiado.
O governo
brasileiro mesmo tinha prejuízo e a população penava na mão deste
monopólio.
Quanto menos estatais, menos barganhas políticas,
menos corrupção, mais faturamento de impostos para o país pagos
pelas empresas, mais empregos, melhores serviços por conta da
concorrência no lugar de serviços públicos de péssima qualidade e
o principal: mais foco do governante em governar e não em brincar de
ser empresário público e se aproveitando deste capital político,
além da corrupção que tanto vemos em nossas estatais até os dias
de hoje.
Por que a palavra privatização foi demonizada?
De propósito. Como vivemos num país com uma
péssima educação e com uma população, em geral, ignorante,
demonizar uma palavra é a melhor estratégia para fazer com que
grandes massas critiquem algo sem sequer saber do que estejam
falando. Isso é tão grave que até pessoas teoricamente mais
instruídas caem no conto da estatização. Eles acham o lucro de um
empresário profano, mas por outro lado, convivem com os políticos
lhes roubando e aceitam esta realidade passivamente. Acham que todos
roubam e por isso, escolhem o menos pior como se não houvesse outra
alternativa.
Só pra você entender melhor, se no Brasil, todas
as empresas públicas fossem vendidas para iniciativa privada, com a
grande bolada arrecadada na venda, mais a grana dos impostos todos os
anos, aliado a concorrência de novas empresas que viriam para o
Brasil, o país ficaria bem mais rico, menos corrupção, serviços
para a população de mais qualidade e mais baratos.
Agora, o que você ganha pela existência de uma
estatal?
ABSOLUTAMENTE NADA. No mundo inteiro, o preço da
gasolina caiu pela metade. No Brasil aumentou! Será o petróleo
realmente nosso? Conversa fiadíssima! Você não ganha nada pela
existência de uma estatal. Agora, você ganha muito se qualquer
estatal seja vendida. Por que? Porque entra mais dinheiro no país,
na economia, o serviço fica melhor, mais barato, exatamente como
aconteceu com as telecomunicações. Quem tem mais de 35 anos lembra
bem como era no passado no Brasil.
Quem ganha então com as estatais?
Políticos por venderem politicamente as vagas de
cargos por indicação para seus cabos eleitorais e quem precisa ter
um favor retribuído, o que sempre incha uma estatal e isso é uma
das razões para elas darem prejuízo. Os outros beneficiados são os
políticos corruptos, funcionários públicos corruptos e empresários
corruptos mancomunados com os partidos políticos e suas campanhas
para se manterem no poder.
Então, toda vez que você ouvir falar em
privatização, bata palmas, aplauda de pé e agora entenda, porque
os partidos políticos mais envolvidos com a corrupção demonizam
tanto essa palavra. Eles querem que a opinião pública odeie a
privatização, mesmo sem saber o porquê, garantindo a eles, essa
farra maravilhosa por muito mais tempo.
O papel do governo é governar, do empresário
empreender e da população é de ter acesso a uma sociedade com
qualidade de vida, o que infelizmente passa longe no Brasil. Claro,
quem morou fora tem a clara noção sobre isso. Quem foi criado
dentro desta jaula selvagem pensa que a vida tem ser desse jeito
mesmo.
Um desperdício...
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