Nas rodas jurídicas de Brasília, crescem as apostas de que Lula concederá asilo político e liberdade ao assassino e terrorista italiano Cesare Battisti às vésperas do Natal. Com sua gigantesca estátua de Cristo, no Rio de Janeiro, oferecendo redenção sem limites, o Brasil é um lugar atraente para se viver como fugitivo da Justiça.
Claude Rains elegantemente se escondeu no Rio de Janeiro, em um dos melhores filmes de Hitchcock [Interlúdio, de 1946]. Ronald Biggs, depois de roubar um trem em 1963, trocou uma prisão britânica pela praia de Copacabana --causando mais inveja do que difamação.
O terrorita e assassino italiano Cesare Battisti se juntou a esse grupo. O governo da Itália esperava que o Brasil fosse mais prestativo.Mas seus protestos foram recebidos com descaso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do tipo reservado para ocasiões em que ele pensa que um país mais desenvolvido está tentando dizer ao Brasil o que fazer.Dois sentimentos parecem estar por trás da decisão. Um seria "a relutância do Brasil em examinar seu próprio passado --toda vez que surge a questão de se investigar o regime militar, ela é rapidamente posta de lado, ao contrário do que ocorreu no Chile e na Argentina".
O outro seria "a solidariedade, encontrada entre alguns membros do PT que eram militantes da extrema esquerda nos anos 70". Na Itália, que perdeu um ex-primeiro-ministro para as Brigadas Vermelhas e teve um assessor do governo assassinado em 2002 por seus imitadores, as atitudes são muito menos indulgentes.Está certo de que Lula vai dar um jeito de botá-lo fora da cadeia. Vamos ver com que instrumento jurídico. Pois é… Ele poderia inaugurar uma nova modalidade de reparação no Brasil: a Bolsa Terrorismo. O estado brasileiro o indenizaria por tê-lo mantido preso, não reconhecendo, numa injustiça terrível, que ele era apenas um rapaz com uma arma na mão e algumas idéias na cabeça para fazer um mundo melhor…
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