quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Juiz de Fora, Aécio Neves e a Zona da Mata

Em meio a fogos de artifício e a quase todo seu secretariado, o governador Aécio Neves (PSDB) anunciou para o próximo dia 15 de janeiro a transferência da sede do governo do Estado para a Cidade Administrativo, um conjunto formado por um palácio, um auditório e dois prédios que deverá concentrar todos os 20 mil funcionários da administração direta, na periferia de Belo Horizonte. Os edifícios, com custo declarado de R$ 1 bilhão, são a principal obra em curso do governo estadual e deverão ficar no centro da disputa política do Estado no próximo ano: Aécio já desencadeou uma ofensiva publicitária, argumentando que a obra não onera os cofres estaduais, já que os recursos vêm da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), estatal que gerencia as receitas de royalties minerários e de arrendamento de bens do Estado; representa economia, uma vez que diversos imóveis alugados na região central da cidade serão desocupados; e dá à Minas um marco arquitetônico mundial, com o maior vão livre do planeta, de 147 metros de extensão. Não tenho nada contra o governador gastar R$ 1 Bilhão com a nova sede administrativa do governo do Estado. Gosto do Aécio, votei nele duas vezes seguidas. Mas ele tem esquecido Juiz de Fora e principalmente a Zona da Mata. O caso mais visível é o Aeroporto Regional ( ou como preferem a maioria o Aeroporto de Goianá-Rio Novo). A obra teve inicio em 2001, ainda no governo Itamar Franco, e já se vão 8 anos e nada do aeroporto entrar em operação. É um verdadeiro elefante branco, isso a um custo de R$ 100 milhões ao bolso do contribuinte. E o custo total deve passar de R$ 126 milhões, pois é preciso fazer obras na estrada de acesso ao local, considerada longa e precária . A outra questão é a guerra fiscal que Juiz de Fora e a Zona da Mata vem perdendo feio para o estado do Rio de Janeiro . E o mais incrível é que os nossos políticos não fazem nada, são umas múmias. Mas como diria Julio Cesar: “O tempo de honrá-los se aproxima” , mais precisamente em 2010.
Juiz de Fora perde negócios por carências de infraestrutura e principalmente por falta de vontade política, não há uma união de forças, é cada um olhando apenas para o seu próprio umbigo. Junte-se a isto a postura equivocada do governador Aécio Neves em não entrar em guerra fiscal com o Rio de Janeiro.
Sabem o que a cidade já perdeu? Confiram:
Paraibuna Embalagens: uma das principais empregadoras da região, ao erguer uma nova planta de papelão ondulado optou pelos 2% de ICMS cobrados em 37 municípios do Estado do Rio de Janeiro (incentivo criado pela ex-governadora Rosinha Matheus), contra as alíquotas de 12% e 18% de Minas Gerais, e levou para a pequena Sapucaia os investimentos de quase R$ 40 milhões, gerando mais de 200 empregos só na primeira fase.
Cotherpack Embalagens (alumínio) levou para Três Rios, também no Rio de Janeiro, cerca de 220 empregos.
A gaúcha Medabil, do ramo de estruturas metálicas, também desistiu na última hora de fazer um investimento de R$ 66 milhões em Juiz de Fora, por falta de um terreno apropriado, segundo um dos participantes das negociações, e optou pela também mineira Extrema, quase na divisa com São Paulo.
O grupo sueco Sandvik, fabricante de equipamentos para mineração, foi outro que namorou, mas não casou com Juiz de Fora, optando por Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Agora eu pergunto, onde estavam os políticos e lideranças de Juiz de Fora nessa hora, que deixaram isso tudo escapar de nossa cidade? Onde está o prestigio de Juiz de Fora junto ao governador Aécio Neves???
Depois ainda tem uns Zé Manés que tem a cara de pau de falar que nós temos a Mercedes-Benz, pois é nós temos ????. A Mercedes-Benz vai contratar 1.300 funcionários. Sabe para onde ??? Para a fábrica de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Enquanto isso na fábrica de Juiz de Fora...... Políticos de Juiz de Fora, vocês precisam tomar um “Choque de Gestão e Atividade”, Juiz de Fora tem que voltar a ser o que foi no passado.

2 comentários:

Bruno Rezende disse...

Pois é meu caro, alíquotas de 12 e 18% são pesadas para qualquer investidor. Enquanto a política for dominada por semi-analfabetos as gestões serão essa prezepada.
Vc citou o Rio, mas este Estado também não vem sendo um bom exemplo não, o mérito é de algumas dessas pequenas cidades próximas a JF, como Três Rios e Levy Gasparian, por exemplo. Na maior parte do estado, inclusive a capital, as alíquotas não são menores que 12%. Pra piorar, o querido prefeito César Maia, no fim de sua patética gestão, elaborou um decreto aplicando as alíquotas da capital Fluminense, que são de 12% a 14% e uma espécie de multa de mais 2% a qualquer empresa registrada no interior que estivesse prestando serviços na capital. É o estado jogando contra ele mesmo.
Precisamos também de um "Choque de Gestão e Atividade" por aqui, ou melhor, pelo Brasil.
Grande abraço!

francisco belgo disse...

Infelizmente, essa é a triste realidade de nossa cidade, reduto de elites políticas e empresariais que só pensam em manter os próprios privilégios, perpetuando-se, bem como, aos seus, em parcas estruturas de poder à base de muita manipulação da pobreza, demagogia e fogos de artfício publicitário. Apesar disso, ainda sobrevivemos e levamos à frente nossos projetos. Há muita gente boa e capaz nessa cidade, pena que esse segmento dos bons esteja tão tímido e omisso quanto à sua necessidade de se apresentar à sociedade como alternativa de poder.
FRANCISCO BELGO