domingo, 18 de outubro de 2009

Sobre a ofensiva contra Roger Agnelli

ROGER AGNELLI

Sobre a ofensiva do governo Lula para tirar o executivo Roger Agnelli, da presidência executiva da Vale, gostaria de comentar que: Roger Agnelli só entregou bons resultados à frente da mineradora. A Vale é hoje a mineradora mais lucrativa do mundo - desde a privatização, a empresa se valorizou 3.433%, acima de qualquer outro investimento no País. Nos 55 anos em que foi estatal, a empresa pagou US$ 3 bilhões em dividendos aos acionistas - o maior era a União. Nos 12 anos pósprivatização, o valor subiu para US$ 11 bilhões, favorecendo sócios que são direta ou indiretamente ligados ao Estado, como o BNDES e os fundos de pensão. O argumento, usado pelo presidente Lula e por alguns de seus assessores para atacar Agnelli, foi o de que a Vale teria jogado combustível na fogueira da crise ao demitir pessoal. Mas o balanço da empresa nesse aspecto é extremamente positivo - de 1997 até hoje, o número de funcionários passou de dez mil para mais de 60 mil. Depois, a companhia foi acusada de não agregar valor ao minério de ferro. Ocorre que a Vale é hoje a empresa que mais investe em siderurgia. Em seguida, ela foi criticada por não comprar navios no Brasil. Só que isso, segundo o presidente do próprio sindicato da construção naval, Ariovaldo Rocha, ainda não é possível. "Os estaleiros nacionais não estão preparados para as encomendas que foram feitas pela Vale". Outro envolvido nessa trama é o bilionário Eike Batista, ironicamente o filho de Eliezer Batista, o visionário que ajudou a criar a Vale. Eike em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo declarou que a Vale tem "diamantes não lapidados". Uma postura, no mínimo, deselegante. No mundo de Eike, ele próprio se esquece que tem diamantes a lapidar. E dentro de casa. De acordo com um levantamento da empresa Economática, a MMX, mineradora de Eike, é a empresa que tem apresentado os piores resultados operacionais entre todas as companhias listadas na Bovespa. Assustado com a repercussão negativa dos seus movimentos, ele negou estar buscando qualquer participação de controle na Vale e soltou uma nota curiosa. "Sou empresário. Meu interesse na Vale não deve ser politizado”. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo não irá mais interferir no caso Vale. Ainda assim, na briga do rochedo com o mar, ou do governo com a maior empresa privada do País, muitas vezes quem sofre é o marisco. No caso, o presidente Roger Agnelli. Um executivo que entregou resultados ao governo, mas colheu ingratidão.

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