terça-feira, 29 de outubro de 2013

Josué Gomes da Silva já está fardado para 2014

A que vem Josué? A pergunta, em tom quase bíblico, começará a ser respondida no início de 2014, quando Josué Gomes da Silva deverá deixar o comando da Coteminas para se dedicar ao que se anuncia como o grande projeto da sua vida. Recém-filiado ao PMDB, prepara-se para zarpar de vez em direção à política. Josué não é exatamente um vestibulando na matéria. Afinidade com o poder não lhe falta. Ele talvez seja hoje o empresário mais próximo de Lula, notadamente no que diz respeito à discussão da economia nacional. O herdeiro de José Alencar tem participado do grupo de avaliação de conjuntura que se reúne regularmente com o expresidente, no qual se notabilizam Antonio Palocci, Paulo Okamoto, Aloizio Mercadante - Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo costumam aparecer, embora com menos assiduidade. O passe político de Josué, ressalte-se, foi disputado a peso de ouro. Todos os partidos de maior expressão conversaram com ele. O empresário foi para onde Lula o aconselhou a ir. O próprio ex-presidente esteve presente ao seu ato de filiação ao PMDB, uma efeméride, aliás, repleta de simbolismos. A cerimônia foi conduzida por Michel Temer, sucessor de seu pai na vice-presidência da República.

E por onde Josué Gomes da Silva caminhará na política? Uma das possibilidades aventadas não lhe apetece muito. À boca pequena, ele tem dito que não se vê como o vice do PMDB na chapa de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais. A candidatura ao Senado seria o caminho natural e, a priori, com grandes chances de vitória. No entanto, a hipótese do coração de Josué e do cérebro de Lula seria o seu début no governo em 2014. Neste caso, ele assumiria a vaga deixada pelo próprio Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, herdando uma Pasta ainda mais forte, com poderes sobre o BNDES e autoridade sobre o BB e a CEF. Josué, então, ganharia musculatura para assumir a Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff, com a missão de galvanizar o apoio empresarial com vistas ao crescimento médio do PIB da ordem de 3,5% no próximo governo. A partir daí, o céu seria o limite. No seu firmamento político, Josué poderia ser o candidato da situação - não pelo PT, mas pelo PMDB - à sucessão de Dilma. Mas cada coisa a seu tempo. Neste momento, Josué deve ser visto como é: um soldado à disposição para 2014.

Josué Gomes da Silva já teria um nome no bolso do colete para assumir a presidência da Coteminas. No entanto, essa talvez seja a parte menos complexa da operação. Ele próprio tem feito questão de dizer a alguns empresários que hoje, após a reestruturação deflagrada com a compra da Springs, a Coteminas anda sozinha. Josué foi um dos primeiros do setor a não apenas assimilar como colocar em prática a tese de que a indústria precisa de um canal de serviço. Saiu comprando redes varejistas para verticalizar a operação, isso antes do célebre estudo da McKinsey, segundo o qual os serviços representam 23% do valor adicionado da indústria. Cabe ressaltar também que o empresário Josué Gomes da Silva sempre procurou deixar o caminho pavimentado para o político Josué Gomes da Silva, a começar pelo grau de independência em relação ao governo. Hoje, a Coteminas praticamente não tem dívida com o BNDES, um conselho de José Alencar que o rebento seguiu à risca.

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