Por José Luiz Tejon
Mudar para mudar e nessa louca mudança comprar
ilusões na forma de sonhos e de comodidades irrealizáveis no jogo
secular das mentiras ilusionistas do povo. Num marco histórico havia
um povo louco para mudar seu destino, e criar novas relações com um
inimigo indesejável. A cidade que queria mudar tudo, chamava-se
Troia, e os que prometiam mudanças, paz, comodidade, conforto,
riqueza e alegrias eram os gregos.
Prepararam um lindo e majestoso presente, um lindo
cavalo, um símbolo da promessa de tudo o que a maioria dos troianos
queriam. Eles não desejavam lutar, perseverar, enfrentar as suas
duras realidades. Ao acordarem de manhã, com o majestoso presente
grego, ficaram tomados de esperanças. A grande maioria queria pegar
o cavalo, aceitar o presente e obter uma vida tranquila e deliciosa.
Uns poucos, de Troia, eram contra.
Tentavam alertar a maioria para o engodo, o
engano. Mas nunca existirá engano superior ao poder do autoengano.
Esses que eram contra receber o falso presente foram mortos e
expulsos pelos demais, a gigantesca maioria troiana. Abriram os
portões e receberam o presente. Quando o cavalo estava na praça
central de suas fortificações, soldados saíram de seu ventre,
escancararam as defesas de Troia e aniquilaram os inimigos.
Muito cuidado, líderes, e autolíderes.
Prometemos mudanças, falamos de mudanças, como se essas palavras
por si só tivessem o poder mágico de equacionar todos os nossos
desejos, na sua grande maioria legítimos de esperanças, mas na
quase totalidade falsos como sacrifícios para serem obtidos.
Agora nas eleições, quem mais está identificado
com as tais mudanças, mais cresce nas intenções de votos.
Muito cuidado, cavalos de Troia existem, e sempre
existiram.
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