quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Louis Vuitton interrompe seu desfile à espera do novo figurino


O que pediria de Natal o diretor-geral da Louis Vuitton no Brasil, Marc Sjostedt? Uma boa aposta seria a definição em relação aos planos de expansão da empresa no país. O executivo não sabe com que figurino a companhia vai desfilar em 2014. Por ora, tudo é interrogação no que diz respeito à estratégia do grupo para o mercado brasileiro. Os principais projetos já programados pela Louis Vuitton para o ano que vem estão em compasso de espera, a começar pelo lançamento de novas coleções e, sobretudo, pela expansão da rede. Os franceses pretendiam inaugurar duas lojas por ano até 2015. No entanto, dos dois pontos de venda previstos para 2013, apenas um saiu do papel.
O silêncio de Paris aumenta o suspense e embala as especulações entre os próprios dirigentes da Louis Vuitton no Brasil. A rigor, olhando-se apenas para os números, Marc Sjostedt não teria motivos para preocupações ou excessiva ansiedade. As vendas da grife no Brasil vão bem, obrigado, com crescimento anual na casa dos dois dígitos. No entanto, os franceses costuram reto por linhas tortas. Se serve de bússola para o que está por vir no Brasil, nos últimos meses o grupo tem adotado uma política de austeridade em países da Europa. O próprio adiamento da abertura de novas lojas no país é mais do que sugestiva. De Paris há sinais de que o grupo estaria disposto a segurar a expansão de sua rede, trocando escala por rentabilidade, com foco na venda de artigos de altíssimo luxo.
Há um personagem importante neste enredo. Ou melhor: havia. A saída de Marc Jacobs ? estilista da grife por 16 anos ? só alimenta as dúvidas em relação aos futuros planos da empresa. Mais do que estilista, Jacobs foi o grande costureiro da estratégia da Louis Vuitton ao longo deste século. A eventual preferência dos franceses pela venda de produtos triple A seria, de certa forma, um retorno às origens e o oposto do caminho trilhado por Jacobs, que, dentro do possível, procurou tornar a Louis Vuitton uma marca mais acessível. Por ora, no entanto, os que os dirigentes da empresa no Brasil têm à mão são apenas conjecturas. O mistério poderá começar a ser desfeito nos primeiros meses de 2014, quando Delphine Arnault deverá visitar o Brasil. Filha de Bernard Arnault, maior acionista do grupo LVMH, Delphine é a responsável por redesenhar o modelito estratégico da empresa.

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