Abílio Diniz
A novela Pão de Açúcar-Casino-Carrefour terá nas próximas horas um capítulo importante: um grupo de investidores, articulado por um fundo de private equity do BTG Pactual, propôs uma associação entre o Carrefour e o Pão de Açúcar no Brasil. O controle das operações combinadas seria compartilhado e a participação acionária idem. Dessa operação, que seria tocada pelo Pão de Açúcar, o Casino continuaria fazendo parte como sócio.
A operação proposta, contudo, é mais ambiciosa, pois não está restrita ao mercado nacional. A ideia é criar uma nova empresa que reuniria os atuais acionistas do Pão de Açúcar, o fundo do BTG Pactual e o BNDESpar (que participa da operação) e se tornaria um dos mais importantes acionistas do Carrefour na França.
O governo brasileiro abençoa a proposta (e a participação do BNDESPar diz tudo sobre isso). Seria uma espécie de reedição do que fez o trio Jorge Paulo Lemann, Marcell Telles e Beto Sicupira, quando em 2003 viraram sócios importantes da belga Interbrew, criando a InBev.
Se o negócio der certo, apenas no Brasil a nova empresa seria dona de 2 386 pontos de vendas – e Abílio Diniz terá dado a volta por cima. Aparentemente, a proposta que agora torna-se pública é a mesma que Abílio propôs ao Carrefour há três meses, quando iniciaram conversações.
Essa resposta, aliás, poderá ser dada pelos papéis apreendidos na semana passada na sede do Carrefour francês pela Justiça francesa, a pedido do Casino. Abílio, evidentemente, nega que o teor seja a mesmo. O Casino tem certeza de que é. Oficialmente, Abílio dirá que foi surpreendido pela proposta e irá estudá-la.
E agora cabe ao Casino dizer se quer ter laços societários com o seu maior concorrente na França.
Por Lauro Jardim - RADAR
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