Cerca de 150 navios estão parados nos portos de Paranaguá e
Santos, à espera da carga de soja e milho destinados à exportação. Por sua vez,
as rodovias que conduzem a esses portos estão congestionadas de caminhões, que
não conseguem chegar a eles para descarregar.
O país vive um apagão, decorrente da deficiência da infraestrutura logística para escoar a produção. Faltam armazéns na origem e nos portos para estocar a produção. Em consequência da demora, o valor dos fretes aumenta para o exportador e para o importador.
Nesta semana, a maior trading chinesa de soja cancelou a compra de 2 milhões de toneladas da produção brasileira. A China compra 70% da soja do Brasil. Deixaram de ser entregues 12 cargas em fevereiro e março, e a empresa avalia comprar a soja argentina.
O governo tem consciência da situação, tanto que lançou um programa de concessão de portos, ferrovias e rodovias à iniciativa privada para fazer escoar a produção. No entanto, está tudo ainda no papel, enquanto os trabalhadores dos portos ameaçam greve.
Para o governo, a crise é de produção. Em cinco anos, a produção de grãos aumentou 50 milhões de toneladas, estando projetada em 185 milhões de toneladas neste ano. Trata-se, então, de uma crise de fartura, a qual o governo não esperava.
Há anos que os analistas chamam a atenção do governo para a necessidade de realizar investimentos em infraestrutura. O custo Brasil é um refrão já velho. Não adianta ter preço competitivo na produção, se ele é onerado com os custos do transporte.
Diante da situação de impasse atual, quase nada é possível fazer. As decisões sobre investimentos são de longo prazo. O país precisava estar se preparando há mais tempo para a eventualidade de ocorrer uma supersafra. O risco é parte dela ficar encalhada e se perder.
O Brasil depende de seus portos, mas eles não funcionam.
O país vive um apagão, decorrente da deficiência da infraestrutura logística para escoar a produção. Faltam armazéns na origem e nos portos para estocar a produção. Em consequência da demora, o valor dos fretes aumenta para o exportador e para o importador.
Nesta semana, a maior trading chinesa de soja cancelou a compra de 2 milhões de toneladas da produção brasileira. A China compra 70% da soja do Brasil. Deixaram de ser entregues 12 cargas em fevereiro e março, e a empresa avalia comprar a soja argentina.
O governo tem consciência da situação, tanto que lançou um programa de concessão de portos, ferrovias e rodovias à iniciativa privada para fazer escoar a produção. No entanto, está tudo ainda no papel, enquanto os trabalhadores dos portos ameaçam greve.
Para o governo, a crise é de produção. Em cinco anos, a produção de grãos aumentou 50 milhões de toneladas, estando projetada em 185 milhões de toneladas neste ano. Trata-se, então, de uma crise de fartura, a qual o governo não esperava.
Há anos que os analistas chamam a atenção do governo para a necessidade de realizar investimentos em infraestrutura. O custo Brasil é um refrão já velho. Não adianta ter preço competitivo na produção, se ele é onerado com os custos do transporte.
Diante da situação de impasse atual, quase nada é possível fazer. As decisões sobre investimentos são de longo prazo. O país precisava estar se preparando há mais tempo para a eventualidade de ocorrer uma supersafra. O risco é parte dela ficar encalhada e se perder.
O Brasil depende de seus portos, mas eles não funcionam.
Editorial do jornal O
TEMPO – 23 de março de 2013
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