O espanhol Enrique Bañuelos foi apresentado ao mercado imobiliário brasileiro pelo banco Credit Suisse em setembro de 2008, bem no auge da crise. Em fevereiro do ano seguinte, fez a sua primeira operação: uniu-se à Agra - que sofreu um revés na bolsa depois que a Cyrela desistiu de sua compra - para comprar a Abyara. Em abril de 2009, novamente em parceria com a Agra, adquiriu a Klabin Segall. Cinco meses depois, anunciou a criação da Agre, empresa que representou a Agra, Abyara e Klabin Segall. O fim bem-sucedido da operação - e inesperado - aconteceu com a venda da Agre para a PDG Realty.
Inicialmente, investiu R$ 150 milhões para ficar com Abyara e Klabin Segall. Depois, pagou mais R$ 150 milhões para comprar metade da participação que resultou da Cyrela na Agre e mais R$ 150 milhões pela parte dos sócios da Agra no negócio.
Na Espanha, sua trajetória começou em 1995, quando criou a imobiliária Astroc. Menos de um ano após a abertura de capital da companhia, o preço das ações subiu mais de dez vezes. E foi justamente no ramo imobiliário que ele fez fortuna - em 2007, já estava na lista dos bilionários da Forbes, como o terceiro homem mais rico da Espanha. As ações desabaram por conta de denúncias que parte do resultado havia sido conseguido artificialmente, mas nada ficou provado contra ele.
De origem humilde, hoje é dono de um castelo do século XVIII, em Mallorca, e tem três aviões. Divide seu tempo entre cinco residências: Pequim, Madrid, Londres, Nova York e São Paulo, a última aquisição.
Alguns bilhões a mais na conta, um tanto de polêmica no currículo - amenizada por um capítulo breve e aparentemente bem-sucedido no mercado imobiliário - Enrique Bañuelos volta ao cenário da construção civil brasileira. Não mais no papel de consolidador e comprador de empresas com problemas, mas como dono do próprio negócio. Está criando a Veremonte Real Estate, braço da holding Veremonte.
Depois das ousadas investidas que fez no setor imobiliário, que acabaram por lhe garantir o papel de maior acionista individual da maior incorporadora do pais, a PDG Realty - Bañuelos agora aproveita o bom momento para criar uma empresa que irá atuar nas áreas hoteleira, comercial, industrial e de armazéns logísticos. Capitalizado, o bilionário investiu R$ 200 milhões na operação, entre a compra de terrenos e projetos, e tem previsão de investir mais R$ 1 bilhão até 2012 - o que deve gerar R$ 3 bilhões de VGV. Até 2015, pretende chegar a R$ 10 bilhões.
Este ano, começou a atuar fora do mercado imobiliário brasileiro. O fundo Arion Capital, que tem Bañuelos como principal investidor, está negociando a compra de 86% do grupo agroindustrial Maeda por cerca de R$ 100 milhões, além da dívida. O processo está em fase de due dilligence e a operação deve ser concluída até 30 de dezembro.
Recentemente, o grupo Maeda anunciou que está negociando a compra da Brasil Ecodiesel, uma das maiores produtoras de biodiesel.
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