quarta-feira, 30 de março de 2011

Texto escrito especialmente para os meus desafetos

Fofoca é o mexerico, intriga, a bisbilhotice. É um mal que para muitos é divertimento sem importância, mas que é extremamente destrutivo: A vontade de passar informações faz parte do homem, é a comunicação, é uma ação humana natural e normal, mas na maioria das vezes esquecemos do outro e não medimos as conseqüências das nossas palavras. Quando uma pessoa não controla a cobiça, o resultado é a inveja, que desperta o instinto animal de prejudicar o próximo pela difamação. O vaidoso que é infestado pelo orgulho e pela arrogância, é muito propenso a usar a fofoca.
Afirmativas como “onde há fumaça há fogo”, em verdade são armas utilizadas pelos caluniadores. O correto é: “onde há fumaça há um caluniador”. Para bom entendedor, quem está sendo exposto não é o caluniado, mas sim o caluniador: revela-se e desvenda um interior conflitado.
O caluniador é uma pessoa que está sempre em conflito consigo mesmo. Quem está de bem com a vida não tem sequer vontade de caluniar, quer apreciar as coisas boas da vida.
Por vezes, as pessoas lidam de forma inadequada com suas perturbações. Por exemplo, passam a ingerir muito álcool, drogas ou mergulham num mundo imaginário e se afastam da vida real. Outra forma inadequada é a calúnia. O caluniador procura transferir seu desequilíbrio para outra pessoa. Lançando uma calúnia ele percebe que o interior da pessoa atingida começa a se desorganizar. Para que isso ocorra, a calúnia deve ser impactante, deve penetrar no interior da vítima e estourar como uma bomba. Portanto, agora quem está desequilibrado é o outro e não mais ele. Ou há mais alguém perturbado e em sofrimento como ele.
Como este artifício é fantasioso, não promove um alívio duradouro ao caluniador, como um vício ele sente necessidade de repetir e repetir o ato de caluniar. É uma falsa saída para seu desequilíbrio. É como se alguém pegasse o lixo de sua casa e jogasse no pátio do vizinho. Por alguns momentos tem a sensação de estar limpo. Mas o lixo reaparece na sua casa, pois ela é o gerador de lixo.
Existem dois tipos de caluniadores: aquele que calúnia sistematicamente e aquele que o faz num momento em que sua vida não vai bem.
E existem também as pessoas que levam adiante a calúnia gerada por outro. É um fenômeno que acompanha a humanidade desde sempre. Um dramaturgo romano, Plauto, escreve em uma de suas peças: “Os que propalam a calúnia e os que a escutam, se prevalecesse minha opinião, deveriam ser enforcados, os primeiros pela língua e os outros pela orelha”.
Eu posso dizer que aprendi a lidar com estes fenômenos. Todos estamos sujeitos a ele. Sheakespeare escreveu: “Mesmo que sejas tão puro quanto a neve, não escaparás à calúnia”. No meu caso, acho que está virando rotina, sempre a cada edição lançada, da minha revista, a Ponto de Vista, sou vitima dessas pessoas pobres de espírito. A última desses invejosos foi tentar me indispor com o Dr.Jorge Montessi, um dos diretores do Hospital Monte Sinai, só que o tiro saiu pela culatra. Deixo para esses invejosos o que o Dr. Montessi me disse hoje pela manhã em seu consultório:  “Meu caro William, estamos juntos, conte com o meu apoio sempre, tenho por você uma grande admiração, precisando de mim, estou sempre aqui, qualquer problema é só ligar para o meu celular”.  Isso já é um cala-boca para os invejosos, os mesmos que andam falando mentiras sobre mim pela cidade. Sei o nome de cada um deles. Meu advogado,está louco para entrar com uma ação contra essa corja.
Sobre essas pessoas, que não me esquecem, e vivem se lembrando de mim, digo apenas que elas  pertencem  a uma espécie moral raquítica, mesquinha, digna de compaixão ou de desprezo. Sem coragem para ser assassino, resignam-se a ser vil. Rebaixam os outros, não tendo esperança na própria elevação.
São covardes. Esse pessoal se pudesse organizariam uma caçada às águias, ou decretaria a extinção dos astros em Juiz de Fora!
O motivo da inveja se confunde com o da admiração sendo ambas dois aspectos de um mesmo fenômeno. Apenas, a admiração nasce no forte, e a inveja, no subalterno, nos  fracos e covardes.
Invejar é uma forma berrante de prestar homenagem à superioridade.
A maioria das vantagens de uns sobre outros é inevitável. Ninguém tem a mesma oportunidade mental, pois todos nós nascemos mais ou menos inteligentes, mais ou menos neuróticos, mas ninguém vai compartilhar as mesmas oportunidades históricas e sociais.
O gemido que a insuficiência arranca à vaidade, é uma forma especial de louvor.
Todo píncaro é invejado. Na mulher, a beleza. No homem, o talento e a fortuna. Em ambos, a fama e a glória, qualquer que seja a sua forma.
De nada adianta. Ao final, vence a humildade e a sabedoria, e o riso solitário dos medíocres cala-se para fazer ecoar a virtude e a verdade.
Pois a verdade sempre triunfa.

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