terça-feira, 17 de dezembro de 2013

De volta à essência em busca de um estilo pessoal



 Costanza Pascolato

As primeiras revistas femininas foram criadas ainda no século XIX (a americana "Harper's Bazaar" é de 1867). Pode-se dizer, portanto, que é antiga a necessidade das mulheres de entender a linguagem da moda, de seguir tendências e, por que não, de copiar estilos. Mas se antes, havia muita demanda para pouca oferta de informação, hoje o problema é o inverso: há modelos, manuais e "blogs" demais para inspirar o vestuário nosso de cada dia. O que fazer? Voltar-se ao essencial talvez seja a saída.
E é o que propõe a obra "O Essencial", da consultora de moda e jornalista Costanza Pascolato. Publicada originalmente em 1999, a obra acaba de ganhar uma nova edição que contempla as questões da vida atual, cada vez mais pautada pelo mundo virtual. O que a autora sugere é um retorno às origens: "Mais do que nunca, respeite a sua essência, seja você mesma". É a melhor maneira de construir um estilo.
Segundo Costanza, a infinidade de imagens trazidas pela internet exacerbou a mania antiga de seguir modelos, de copiar a maneira como outros se vestem, agem ou se apresentam ao mundo. "Entretanto, a cópia cria uma desadaptação, um estranhamento em relação à própria personalidade, o que se reflete também no visual", escreve a autora, ela mesma um modelo de elegância replicado por nove entre dez editoras de moda.


Entre dicas, sugestões e impressões sobre moda, beleza e até saúde, Costanza afirma e reafirma uma verdade inconveniente: não se pode brigar com a idade e nem querer parecer o que já não se é. E se o tempo muda o rosto e o corpo, também deve modificar a maneira de olhar para roupas, acessórios e maquiagem. "Nessa nova edição do livro, o que mais gostei foi poder falar sobre a maturidade", afirma a consultora, bela e estilosa aos 70 anos, que nunca mentiu sobre a sua idade. "Na verdade, sempre gostei de aumentá-la um ou dois anos", diz Costanza.
A mania de eternizar a juventude, diz a autora, não melhora a aparência de ninguém. "O melhor mesmo é sentir-se bem na própria pele". E fazer as escolhas certas, obviamente, para valorizar o que se tem de bonito.
As escolhas de Costanza, felizmente, estão por todo o livro. Com a autora, aprendemos que não se deve fazer compras acompanhada de marido ou namorado - mesmo que ele esteja pagando a conta. "Homens não têm paciência para o ritual do olha-separa-experimenta", diz.
No capítulo "Preto X Branco", ela explica porque adotou o preto como marca registrada lá pelos anos 1980, "quando todas as pessoas ligadas à moda usavam também". O preto, diz a consultora, suja pouco, não chama a atenção e costuma se adequar a um número imenso de situações, horas do dia, lugares e pessoas. E mais: "me deixa mais magra (confesso uma obsessão)".
Sim, como quase todas as mortais, Costanza também está sempre de olho na balança, tem suas manias e até inseguranças. E é aí que mora o charme de "O Essencial": ainda que propondo o "seja você mesma", ele cativa mesmo é mostrando "como ser Costanza".

Por Vanessa Barone | Para o Valor, de São Paulo 

Fonte: Jornal Valor Econômico S.A.











2 comentários:

Liliane Maria disse...

Adorei William! Com certeza, uma ótima leitura para quem se preocupa "demais" em seguir as tendências da moda deixando de lado o seu próprio estilo.

William Xavier de Carvalho disse...

Sem dúvida Liliane. Obrigado pelo comentário. Um beijo, WXC