Costanza Pascolato
As primeiras revistas femininas foram criadas
ainda no século XIX (a americana "Harper's Bazaar" é de
1867). Pode-se dizer, portanto, que é antiga a necessidade das
mulheres de entender a linguagem da moda, de seguir tendências e,
por que não, de copiar estilos. Mas se antes, havia muita demanda
para pouca oferta de informação, hoje o problema é o inverso: há
modelos, manuais e "blogs" demais para inspirar o vestuário
nosso de cada dia. O que fazer? Voltar-se ao essencial talvez seja a
saída.
E é o que propõe a obra "O Essencial",
da consultora de moda e jornalista Costanza Pascolato. Publicada
originalmente em 1999, a obra acaba de ganhar uma nova edição que
contempla as questões da vida atual, cada vez mais pautada pelo
mundo virtual. O que a autora sugere é um retorno às origens: "Mais
do que nunca, respeite a sua essência, seja você mesma". É a
melhor maneira de construir um estilo.
Segundo Costanza, a infinidade de imagens trazidas
pela internet exacerbou a mania antiga de seguir modelos, de copiar a
maneira como outros se vestem, agem ou se apresentam ao mundo.
"Entretanto, a cópia cria uma desadaptação, um estranhamento
em relação à própria personalidade, o que se reflete também no
visual", escreve a autora, ela mesma um modelo de elegância
replicado por nove entre dez editoras de moda.
Entre dicas, sugestões e impressões sobre moda,
beleza e até saúde, Costanza afirma e reafirma uma verdade
inconveniente: não se pode brigar com a idade e nem querer parecer o
que já não se é. E se o tempo muda o rosto e o corpo, também deve
modificar a maneira de olhar para roupas, acessórios e maquiagem.
"Nessa nova edição do livro, o que mais gostei foi poder falar
sobre a maturidade", afirma a consultora, bela e estilosa aos 70
anos, que nunca mentiu sobre a sua idade. "Na verdade, sempre
gostei de aumentá-la um ou dois anos", diz Costanza.
A mania de eternizar a juventude, diz a autora,
não melhora a aparência de ninguém. "O melhor mesmo é
sentir-se bem na própria pele". E fazer as escolhas certas,
obviamente, para valorizar o que se tem de bonito.
As escolhas de Costanza, felizmente, estão por
todo o livro. Com a autora, aprendemos que não se deve fazer compras
acompanhada de marido ou namorado - mesmo que ele esteja pagando a
conta. "Homens não têm paciência para o ritual do
olha-separa-experimenta", diz.
No capítulo "Preto X Branco", ela
explica porque adotou o preto como marca registrada lá pelos anos
1980, "quando todas as pessoas ligadas à moda usavam também".
O preto, diz a consultora, suja pouco, não chama a atenção e
costuma se adequar a um número imenso de situações, horas do dia,
lugares e pessoas. E mais: "me deixa mais magra (confesso uma
obsessão)".
Sim, como quase todas as mortais, Costanza também
está sempre de olho na balança, tem suas manias e até
inseguranças. E é aí que mora o charme de "O Essencial":
ainda que propondo o "seja você mesma", ele cativa mesmo é
mostrando "como ser Costanza".
Por Vanessa Barone | Para o Valor, de São Paulo
Fonte: Jornal Valor Econômico S.A.
2 comentários:
Adorei William! Com certeza, uma ótima leitura para quem se preocupa "demais" em seguir as tendências da moda deixando de lado o seu próprio estilo.
Sem dúvida Liliane. Obrigado pelo comentário. Um beijo, WXC
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