O Brasil não tem porque comemorar os cinco anos do mensalão: até agora, não aconteceu nada, exceção feita às cassações de José Dirceu e Roberto Jefferson, com todos os integrantes da “organização criminosa” denunciados, na época, pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Sousa, hoje aposentado. Contudo, nove entre dez analistas políticos mais lúcidos (o que é raro no Brasil) garantem que, se o mensalão não tivesse vindo à tona, Dirceu teria se mantido na Casa Civil até agora e, fatalmente, seria o candidato à sucessão de Lula (e mesmo se o presidente preferisse Antonio Palocci). Quando assumiu e até o momento em que foi cassado, José Dirceu mantinha total controle da máquina administrativa, dos acordos com partidos aliados e resolvia todos os assuntos antes de levar a solução para Lula. Ou seja: mantinha o Chefe do Governo quase que refém.Nos antigos tempos de Casa Civil, quando chegou até a mudar o Cerimonial do ministério, entrando em primeiro lugar em qualquer evento e sempre se sentando à direita do presidente, o que anteriormente era privilegio do titular da Justiça, José Dirceu chegou mesmo a ensaiar – e mostrou apenas para três pessoas muito chegadas – um rabisco de como seria sua propaganda eleitoral. Usaria Zé Dirceu 2010.
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