quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Não pertencendo a partidos, o Monarca é Imperador de todos os brasileiros

Um dos maiores serviços que o Monarca, presta ao povo é a garantia da sua total independência em relação aos partidos políticos, e de um modo geral em relação aos interesses particulares das pes­soas ou das associações, sejam de que tipo for: políticas, eco­nômicas, profissionais.
Em 1886, ao visitar as obras do Museu do Ipiranga, em São Paulo, o Imperador mandou a carruagem seguir pelo caminho histórico. Chegando ao local, co­mentou:- Esta é a verdadeira arqui­tetura adequada a um monumen­to desta ordem.E perguntou ao Conselheiro Ramalho:- Ainda vive alguém do tem­po da Independência?
- Há em Campinas um ve­lho, chamado João Cintra, que fez parte da comitiva do augusto pai de Vossa Majestade.Dias depois, quando chegou a Campinas, foi logo indagando onde morava o velho Cintra, cuja casa era fora da cidade. E seguiu para lá, acompanhado apenas de um jornalista e do seu velho negro Rafael. Encontrou João Cintra fa­lando a meia voz, num grupo de velhos. Depois dos cumprimen­tos, perguntou:
- Que história estava aí contando? Continue, eu também quero ouvir. Quem é velho sem­pre sabe muitas histórias.Não sabendo o que lhe have­ria de dizer, o rude velhinho per­guntou a Sua Majestade:
- Por que é que o Senhor não se muda para cá? Será por ser carioca?
- Eu não sei o que é ser carioca, paulista, gaúcho, mineiro ou pernambucano. Só sei que sou brasileiro.
No dia 10 de julho de 1888, os brasileiros residentes em Paris promoveram um banquete para comemorar a abolição da escra­vidão. Compareceram 169 perso­nalidades do mundo oficial. Os organizadores desejavam convencer o Imperador, presente então na França, a presidir o ban­quete. Coerente com a sua situa­ção de Imperador de uma maioria de abolicionistas, mas também da minoria não abolicionista, ele se recusou:
- Desejo continuar Impera­dor de todos os brasileiros, quaisquer que sejam os credos e convicções políticas.
Numa carta dirigida a D. Pedro II, Lamartine escreveu:
-Todos os súditos de Vossa Majestade, que vêm do Brasil ou que daí nos escrevem, felicitam­-se de viver sob o governo de um príncipe que extinguiu no Novo Mundo, por seu caráter e suas virtudes, a eterna disputa entre as naturezas do governo republica­no ou monárquico: a liberdade das repúblicas sem a instabili­dade, e a perpetuidade das mo­narquias sem o despotismo.Tivemos 67 anos de Monar­quia que, além de nos trazer a Independência, trouxe a este País crescimento industrial e co­mercial, estabilidade política e ideológica, liberdade total, hones­tidade, probidade com as coisas públicas e identidade pátria, além de governos livres e indepen­dentes, sistema monetário forte, estruturas institucionais fortes e morais, estrutura partidária de grande potência e uma política exterior digna.

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