sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

UM CAUDILHO PARA SEMPRE


Se a quantidade de eleições fosse a medida da democracia, a Venezuela seria uma das campeãs mundiais nesse quesito. Nos dez anos em que Hugo Chávez é presidente, foram realizados doze pleitos nacionais. Mais do que um por ano. Mas não é assim que se avalia a saúde de uma democracia. A cada plebiscito convocado pelo coronel-presidente, a Venezuela dá mais um passo em direção à Presidência vitalícia – ou à "revolução socialista", como diz Chávez, o que, no seu entender, vem a ser a mesma coisa. No referendo do último domingo, dia 15, o presidente venezuelano recebeu o direito de disputar eleições seguidas, sem limite. A próxima será em 2012. Como o mandato presidencial na Venezuela é de seis anos, se for reeleito ele governará até 2018. Terá então completado vinte anos de poder. Se os venezuelanos ainda assim o elegerem para um novo mandato, a próxima oportunidade de mudança será em 2024. Chávez terá 70 anos e, talvez, saúde e ambição para concorrer mais uma vez. Uma geração de venezuelanos não terá conhecido outro governante exceto o coronel.

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