A venda do controle da Quattor para a Odebrecht e Petrobras por R$ 872 milhões, incluindo um prêmio de controle de quase 80%, marca a saída do clã dos Geyer da petroquímica no país, na qual tiveram forte presença nos últimos 40 anos à frente da Unipar, um dos maiores grupos nacionais do setor de resinas termoplásticas. A operação desata um dos últimos nós para a constituição, por Odebrecht e Petrobras, da gigante brasileira que tem ambição de se tornar a líder das Américas no setor.
Os Geyer, por meio da Unipar, foram os fundadores da Petroquímica União (PQU), em São Paulo, e acionistas controladores da Rio Polímeros, no Rio de Janeiro. A decisão de ficar fora da fusão que dará origem à "nova Braskem", foi selada nesta segunda-feira pelos controladores da Vila Velha, holding da família dona de 60% do capital votante da Unipar.
Dos cinco herdeiros de Paulo Fontainha Geyer, falecido aos 84 anos em 2004, apenas Alberto, o filho mais velho, se opõe hoje ao negócio. Derrotado, junto com sua irmã Joanita, no racha familiar acirrado que dividiu os irmãos pelo controle da holding, em 2007, Alberto é minoritário na holding e no final de dezembro acionou a Justiça contra a operação de venda da Quattor. Foi derrotado numa primeira liminar impetrada em primeiro grau no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) cassada por Ricardo Couto de Castro, desembargador de plantão. Agora, ele aguarda para quinta-feira novo pronunciamento do TJ-RJ, com retorno do funcionamento normal do judiciário. Segundo juristas consultados , ele pode requerer o que quiser, mas veem no momento nenhum obstáculo judicial que impeça Unipar, Braskem e Petrobras de negociarem a operação de fusão.
As irmãs de Alberto - Vera, Maria e Cecília -, que compõem o bloco de controle, acatam a condução do negócio por seu sobrinho Frank, curador da mãe, Cecília, e recusaram a oferta feita por Alberto de compra de suas participações nas empresas da família.
Desde o início do processo de sucessão no conglomerado, há cerca de 30 anos os herdeiros brigam pelo poder na Unipar, chegando a embargar operações importantes para a sobrevivência do grupo. Joanita, aliada de Alberto, também apelou para os tribunais para barrar a operação de venda da Quattor, mas desistiu de lutar e optou por vender sua participação na Vila Velha por cerca de R$ 50 milhões às irmãs. Isso garantiu uma participação de 80% aos controladores da holding, cuja estratégia é "pacificar a família" fazendo uma oferta de compra pela fatia de Alberto - pouco mais de 20%.
As richas familiares, uma dívida de quase R$ 6,5 bilhões e o impacto da crise internacional foram fatores que influíram na tomada de posição dos controladores da Vila Velha pela venda da Quattor, além da visão de que a petroquímica tende a uma consolidação global.
A Quattor, segundo fontes envolvidas na negociação, se viu sem poder de fogo para acompanhar Petrobras e Odebrecht no aumento de capital da futura empresa. O valor em é estimado entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, necessário para torná-la uma das maiores petroquímicas do mercado global e absorver a dívida da Quattor. Diante dessa "montanha de dinheiro", a Unipar corria o risco de ter uma participação acionária inexpressiva, de no máximo 5%, no processo de fusão. Por isso, seus controladores optaram se desfazer das ações da companhia. O preço ofertado pela Petrobras e Odebrecht, de R$ 872 milhões, dos quais R$ 372 milhões correspondem ao prêmio de controle, foi considerado justo pelos Geyer, segundo interlocutores envolvidos na negociação, e influiu muito na hora de bater o martelo.
Fontes próximas da operação adiantaram que os recursos a serem obtidos na venda não irão direto para os cofres da Vila Velha: serão revertidos para o caixa da Unipar e usados na forma de distribuição de dividendos a todos seus acionistas. A Unipar, que já conta com R$ 400 milhões, terá ao final da operação uma uma posição de caixa confortável de R$ 1,2 bilhão, a qual ajudará a empresa na opção por novos negócios.
Sob o guarda-chuva da Unipar restará 50% do capital da Carbocloro, fabricante de cloro-soda que fica em Cubatão (SP) e que fatura R$ 1 bilhão anuais
Os Geyer, por meio da Unipar, foram os fundadores da Petroquímica União (PQU), em São Paulo, e acionistas controladores da Rio Polímeros, no Rio de Janeiro. A decisão de ficar fora da fusão que dará origem à "nova Braskem", foi selada nesta segunda-feira pelos controladores da Vila Velha, holding da família dona de 60% do capital votante da Unipar.
Dos cinco herdeiros de Paulo Fontainha Geyer, falecido aos 84 anos em 2004, apenas Alberto, o filho mais velho, se opõe hoje ao negócio. Derrotado, junto com sua irmã Joanita, no racha familiar acirrado que dividiu os irmãos pelo controle da holding, em 2007, Alberto é minoritário na holding e no final de dezembro acionou a Justiça contra a operação de venda da Quattor. Foi derrotado numa primeira liminar impetrada em primeiro grau no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) cassada por Ricardo Couto de Castro, desembargador de plantão. Agora, ele aguarda para quinta-feira novo pronunciamento do TJ-RJ, com retorno do funcionamento normal do judiciário. Segundo juristas consultados , ele pode requerer o que quiser, mas veem no momento nenhum obstáculo judicial que impeça Unipar, Braskem e Petrobras de negociarem a operação de fusão.
As irmãs de Alberto - Vera, Maria e Cecília -, que compõem o bloco de controle, acatam a condução do negócio por seu sobrinho Frank, curador da mãe, Cecília, e recusaram a oferta feita por Alberto de compra de suas participações nas empresas da família.
Desde o início do processo de sucessão no conglomerado, há cerca de 30 anos os herdeiros brigam pelo poder na Unipar, chegando a embargar operações importantes para a sobrevivência do grupo. Joanita, aliada de Alberto, também apelou para os tribunais para barrar a operação de venda da Quattor, mas desistiu de lutar e optou por vender sua participação na Vila Velha por cerca de R$ 50 milhões às irmãs. Isso garantiu uma participação de 80% aos controladores da holding, cuja estratégia é "pacificar a família" fazendo uma oferta de compra pela fatia de Alberto - pouco mais de 20%.
As richas familiares, uma dívida de quase R$ 6,5 bilhões e o impacto da crise internacional foram fatores que influíram na tomada de posição dos controladores da Vila Velha pela venda da Quattor, além da visão de que a petroquímica tende a uma consolidação global.
A Quattor, segundo fontes envolvidas na negociação, se viu sem poder de fogo para acompanhar Petrobras e Odebrecht no aumento de capital da futura empresa. O valor em é estimado entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, necessário para torná-la uma das maiores petroquímicas do mercado global e absorver a dívida da Quattor. Diante dessa "montanha de dinheiro", a Unipar corria o risco de ter uma participação acionária inexpressiva, de no máximo 5%, no processo de fusão. Por isso, seus controladores optaram se desfazer das ações da companhia. O preço ofertado pela Petrobras e Odebrecht, de R$ 872 milhões, dos quais R$ 372 milhões correspondem ao prêmio de controle, foi considerado justo pelos Geyer, segundo interlocutores envolvidos na negociação, e influiu muito na hora de bater o martelo.
Fontes próximas da operação adiantaram que os recursos a serem obtidos na venda não irão direto para os cofres da Vila Velha: serão revertidos para o caixa da Unipar e usados na forma de distribuição de dividendos a todos seus acionistas. A Unipar, que já conta com R$ 400 milhões, terá ao final da operação uma uma posição de caixa confortável de R$ 1,2 bilhão, a qual ajudará a empresa na opção por novos negócios.
Sob o guarda-chuva da Unipar restará 50% do capital da Carbocloro, fabricante de cloro-soda que fica em Cubatão (SP) e que fatura R$ 1 bilhão anuais
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